Em 2020 a cantora Rihanna lançou sua própria marca de rum, a Havana Club x Rihanna. A marca é uma parceria com a empresa de rum cubana Havana Club e é conhecida por seu sabor único e design elegante. Em apenas três frases poderia-se finalizar a aventura de uma das mais bem sucedidas artistas pop do planeta, no mundo da marca de bebida destilada.
Mas isso é apenas a ponta do iceberg de um movimento que vem empoderando cada vez mais mulheres no Brasil. Antes mesmo de Rihanna anunciar seu rótulo de rum, aqui no Brasil, a cantora Marília Mendonça, morta em um acidente aéreo em novembro de 2021, já fazia sucesso com sua “Canelinha”, uma bebida alcoólica mista à base de Cachaça e canela.
Outra celebridade feminina devidamente empoderada, que também se enveredou pelo mundo da marca de bebida destilada, foi Kendall Kardashian. Recentemente ela passou 4 anos estudando o mercado do Tequila, antes de lançar sua marca, a 818, em parceria com uma destilaria mexicana.
Mas por que estamos falando disso agora?
Porque aqui no Brasil, inspiradas em histórias assim, um número cada vez maior de mulheres está tomando conta de um espaço que antes era só deles. Estas mulheres estão criando marcas de bebidas destiladas, como Gin, bebida alcoólica mista ou drink pronto para beber e fazendo um sucesso estrondoso em bares, baladas ou mesmo vendendo seu produto em lojas ou sites especializados.
E elas avançam a olhos vistos no mundo do empreendimento feminino. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), em 2022, dez milhões de brasileiras passaram a empreender. O número significou um salto de 34% em relação ao ano anterior.
É claro, que os segmentos são diversos, mas nosso recorte aqui são as mulheres que investem em criar marcas de bebidas destiladas. “Chega a quase 30% a quantidade de mulheres entre os alunos do curso Lucrando com Bebidas”, afirma Leandro Dias, criador do projeto que ensina qualquer pessoa a própria marca de bebida destilada em parceria com destilarias de todo Brasil, através da terceirização.
Leandro explica que a presença feminina entre as novas proprietárias de marca cresce à medida em que números como este do PNAD confirmam o avanço da mulher na abertura de novos CNPJs.
Em meio ao período mais crítico da pandemia, Natália Veiga criou o The Ginque, um London Dry Gin, inspirado nas pesquisas que ela fez sobre o mundo da bebida destilada, enquanto se deliciava provando drinques nos bares que costumava frequentar com o namorado. De tanto procurar algo diferenciado, Natália acabou percebendo que havia espaço para empreender neste mercado.
Depois de muito estudar o mercado, buscar a melhor garrafa, a melhor concepção visual e claro, o melhor fornecedor, nasceu então o The Ginque, uma marca extra-premium, que agradou de imediato. No ano passado o The Ginque foi inscrito no Concurso de Vinhos e Destilados do Brasil e recebeu a dupla medalha de ouro.
Em Brasília, as amigas Jeane, Flavia e Thais foram pelo mesmo caminho. Durante a pandemia, elas faziam brindes virtuais para finalizar uma conversa entre as amigas, com apoio da internet. Nasceu entre elas a ideia de empreender e logo foi criado a marca Trevo Raro. As três moram em localidades diferentes, mas a distância não as impediu de avanças e de se tornarem novas mulheres empreendedoras no mundo da bebida destilada.
“Nós temos aqui na empresa, pesquisas internas que apontam este avanço feminino, que é confirmado pelo número de marcas que são lançadas, principalmente de Gin, por mulheres”, afirma Leandro Dias. O CEO do projeto Lucrando com Bebidas ressalta ainda a inspiração no universo das celebridades. “É claro que toda mulher quer se sentir independente e empoderada e quando elas descobrem que podem andar na mesma prateleira que artistas e celebridades, sem necessariamente ter que investir uma fortuna para ter o mesmo negócio que elas, então a conta fecha de vez e isso faz com que cada vez mais novas marcas de bebida destiladas apareçam no mercado”, finaliza Leandro Dias.
Fonte: João Almeida