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Nutrição é decisiva para garantir fertilidade e produtividade no gado de corte

Com a primavera e o rebrote das pastagens, começa também o período mais importante do calendário reprodutivo da pecuária de corte. É quando o equilíbrio entre nutrição e manejo faz toda a diferença nos resultados. Segundo o zootecnista e representante comercial da Mig-PLUS, Marcos Fernando Osório, ajustes no manejo alimentar podem elevar em até 30 pontos percentuais as taxas de prenhez nas fazendas de cria.

“A eficiência na produção de bezerros e a taxa de prenhez são os principais vetores de produtividade e rentabilidade na pecuária de corte. E o bom desempenho reprodutivo começa no comedouro”, aponta Osório.

Ele explica que não existe reprodução sem nutrição e o resultado econômico das fazendas depende diretamente dessa equação. “A vaca usa a reprodução como última prioridade biológica. Antes de pensar em emprenhar, ela precisa se alimentar, caminhar e manter a imunidade. Só quando há energia disponível o organismo investe na reprodução”, reforça.

Como a grande maioria dos rebanhos de cria brasileiros é mantido a pasto, o calendário reprodutivo deve seguir o ritmo das forrageiras. A primavera, período de rebrote e maior oferta de pastagem, costuma ser o momento ideal para iniciar a estação de monta. Mas depender apenas do pasto é um erro comum. “O rebrote é excelente, mas não suficiente. As vacas modernas, com genética cada vez mais exigente, precisam de suplementação energética, mineral e proteica para atingir o desempenho esperado”, observa.

A energia é o primeiro nutriente que precisa estar em equilíbrio. “Para ciclar e entrar em atividade reprodutiva, a vaca precisa estar em balanço energético positivo, ou seja, ganhando peso”, destaca o zootecnista. Ele também ressalta o papel dos microminerais como zinco, selênio e magnésio, que atuam como cofatores de enzimas responsáveis pela ovulação e concepção. “Quando esses minerais estão disponíveis em níveis adequados, a eficiência reprodutiva aumenta significativamente”, explica.

Um dos maiores desafios nas fazendas está no manejo das primíparas, vacas que pariram pela primeira vez. “Elas ainda estão crescendo, estão em lactação e precisam emprenhar novamente. É uma exigência energética enorme”, afirma Osório. Estratégias como desmame precoce e flushing (suplementação concentrada antes da estação de monta) ajudam a recuperar escore corporal e garantir prenhez na próxima estação.

Na prática, o melhor termômetro do preparo nutricional é o escore de condição corporal (ECC), que varia de 1 a 5. O ideal é manter as vacas entre 2,5 e 3 pontos, com ganho de peso constante. “Vacas muito magras ou muito gordas têm problemas para emprenhar. O ECC é simples, acessível e ainda é o indicador mais confiável para avaliar a prontidão reprodutiva”, reforça.

Osório afirma que programas nutricionais bem estruturados trazem resultados expressivos em pouco tempo. Em fazendas acompanhadas pela Mig-PLUS, a taxa de prenhez em lotes de primíparas saltou de 30% para mais de 80% após a adoção de suplementação específica. “Com o uso de produtos corretos e no tempo certo, conseguimos aumentar as taxas de prenhez em até 10 pontos percentuais. Em rebanhos que tinham 60% de prenhez, passamos para 88%, e com melhor peso à desmama”, relata.

Em sistemas de cria, programas que elevam a prenhez acima de 80% permitem acelerar a formação de lotes, aumentar a receita por hectare e melhorar o fluxo de caixa da fazenda. “Nutrição é investimento, não custo. Quando a vaca emprenha e desmama um bezerro pesado, todo o sistema se torna mais eficiente”, resume o especialista.

Fonte: Gabriela Brands

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