Limite brasileiro é 14%, enquanto na China é de 13%; Brasil aguarda esclarecimentos da OMC sobre o novo padrão de importação da oleaginosa
A proposta do novo padrão chinês da soja, que está em discussão na Organização Mundial do Comércio (OMC), traz algumas diferenças que podem influenciar a classificação do grão, mas na avaliação do Ministério da Agricultura a norma asiática é menos rigorosa em alguns parâmetros de qualidade, em relação a norma atual que é praticada desde 2009.
Entretanto, uma das questões que preocupa é a da umidade do grão. Atualmente, o limite no Brasil é 14%, enquanto na China é de 13%. Em relação à umidade, o Ministério da Agricultura disse que o valor proposto no novo padrão chinês não deveria ser usado para classificar a soja por poder sofrer oscilações conforme a temperatura.
As normas brasileiras da soja no Brasil também estão sendo discutidas. O padrão brasileiro, de 2007, passa por mudanças nesse momento.”Enquanto discutimos o novo padrão nacional, não podemos ignorar o padrão do nosso maior mercado consumidor (a China)”, disse o diretor da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Glauco Bertoldo, em live promovida pela Embrapa na semana passada.
O novo padrão chinês irá determinar os termos e definições, classificações, requisitos de qualidade, métodos de teste, regras de inspeção, rótulos, empacotamento, estocagem e requisitos de transporte para a soja.
Para a diretora Comercial e de Marketing da LocSolution, empresa que trabalha com medidores de umidade de grãos da marca Motomco, Manoella Rodrigues da Silva, num primeiro momento, o novo padrão não deve impactar de forma significativa o mercado brasileiro. Ela avalia como positivo se a intenção é melhorar a qualidade do grão.
Manoella observa, entretanto, que apesar da capacidade produtiva do Brasil, as exigências do mercado internacional, quanto à qualidade do grão, tem se intensificado cada vez mais. “Grãos de alta qualidade dependem basicamente de uma boa cultivar, condições ambientais durante o seu desenvolvimento, época certa e procedimento de colheita, método de secagem e práticas de armazenagem”, explica.
“Ainda assim, existe uma grande preocupação do produtor rural em saber exatamente o momento de colher. Isso é um fator primordial para se obter a qualidade do grão, que deve estar dentro dos parâmetros estipulados de umidade, que no Brasil é de 12% a 14%”.
Uma forma de determinar o teor exato da umidade do grão e o momento certo de colher, é fazendo um monitoramento da lavoura. Para isso, o produtor rural precisa ter acesso às ferramentas existentes no mercado para obter o melhor resultado sobre a umidade do grão.
“Os medidores de umidade de grãos já são bastante usuais em propriedades rurais e permitem que o produtor saiba exatamente o momento certo da colheita”, enfatiza a diretora.
GRÃOS PERFEITOS: Nos padrões de qualidade chinês, a soja com menos de 75% de grãos perfeitos não tinha uma classificação e agora ela entra como “fora de tipo”. O padrão chinês aborda também a questão de grãos perfeitos, mas no Brasil não há uma definição para grãos perfeitos, só para grãos que sofreram alguns problemas, que têm alguma avaria, defeito. O Brasil aguarda os esclarecimentos para entender as novas regras chinesas e como a regulamentação será implementada.
Fonte: VB Comunicacao