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Na esteira do crescimento do agro e da indústria, aumentam os riscos de explosões e incêndios em portos e silos

Portos, indústrias e agronegócio compõem o tripé que sustenta boa parte da economia brasileira. São setores que movimentam bilhões, empregam milhões de pessoas e têm crescido em ritmo acelerado nos últimos anos. Mas há um ponto de intersecção que vai além do desempenho econômico: todos enfrentam desafios crescentes de segurança elétrica e operacional. À medida que o país amplia sua infraestrutura de exportação, armazenamento e produção, aumentam também os riscos associados a falhas técnicas, superaquecimento e atmosferas explosivas.

Episódios recentes chamaram a atenção para a vulnerabilidade desses sistemas. Em 2024, incêndios no Porto de Paranaguá paralisaram três berços de atracação e, em Santos, um incidente no terminal TIPLAM danificou correias e sistemas elétricos. No ano seguinte, em 2025, novos registros, como o incêndio em um galpão de fertilizantes no Porto de Aratu (BA), o princípio de fogo nos silos do Porto do Recife (PE) e a explosão na fábrica da Enaex Brasil, em Quatro Barras (PR), ampliaram o alerta: a falta de monitoramento contínuo pode transformar simples falhas elétricas em tragédias de grandes proporções.

Esses riscos crescem na mesma proporção que o volume de operações. O Porto de Paranaguá, por exemplo, segue entre os principais corredores logísticos do agronegócio brasileiro. De janeiro a setembro de 2025, o terminal movimentou mais de 55,3 milhões de toneladas de cargas, alta de 6,2% sobre o mesmo período do ano anterior, segundo dados da Portos do Paraná.
Só em óleo de soja, foram 63,8 mil toneladas exportadas em janeiro, o equivalente a 72% do volume nacional, com valor FOB acima de US$ 65 milhões, conforme o Governo do Estado do Paraná.

O desempenho reflete a força do agro: de janeiro a setembro, o setor somou US$ 126,6 bilhões em exportações, de acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). A capacidade de armazenagem agrícola, segundo o IBGE, chegou a 222,3 milhões de toneladas no primeiro semestre de 2024, um avanço de 5,4% sobre o semestre anterior.

Mas, por trás dos números, a questão da infraestrutura segura se impõe como fator crítico para a continuidade das operações. “Esses casos trazem à tona a urgência de tecnologias e práticas que garantam continuidade, segurança e competitividade — não só no campo, mas em toda a cadeia logística até o porto”, afirma Marco Stoppa, diretor comercial da Reymaster, distribuidora de materiais elétricos com unidades em Curitiba e Joinville.

É justamente em meio a esse cenário que a empresa escolheu Paranaguá (PR) para sediar a próxima edição do “Energia que Conecta”, evento técnico dedicado à iluminação à prova de explosão e às boas práticas em instalações elétricas industriais.

Confirmado para o dia 26 de novembro, das 19h às 22h, no Camboa Hotel, o encontro reunirá especialistas, engenheiros e representantes de marcas líderes do setor elétrico para debater soluções que unem tecnologia, eficiência e segurança.

Entre os temas e demonstrações práticas estarão sistemas de monitoramento e controle elétrico, sensores inteligentes para detecção precoce de falhas, iluminação e sinalização à prova de explosão e ventiladores industriais voltados à prevenção de superaquecimento e acúmulo de gases inflamáveis.

Participam como convidados Dennis R. de Oliveira (Wetzel), Pricyla Webber (Reymaster) e Adriano Lobo (TecAr), que compartilharão experiências sobre inovação e segurança elétrica em ambientes críticos.

Segundo o diretor da Reymaster, a escolha de Paranaguá não é por acaso. “Quase todos os clientes da região possuem alguma área classificada como explosiva. É uma zona crítica, com muitos silos e túneis. Ambientes assim exigem equipamentos que não falhem”, explica Stoppa.

Essas áreas classificadas (zonas 1, 2, 21 e 22), comuns em portos, indústrias químicas e armazéns de grãos, exigem luminárias, invólucros e cabeamentos especiais. “Para se ter uma ideia, em um silo com alta concentração de poeira e gases, até a luz refletida de um colete de sinalização pode gerar uma faísca microscópica. Essa faísca, em contato com o gás em suspensão, age como um fósforo aceso e pode provocar uma explosão. Agora imagine isso em uma luminária: se não for totalmente isolada e protegida por uma camada especial, qualquer descarga elétrica interna pode desencadear uma ignição. Por isso, a tecnologia EX é essencial — ela contém essas descargas dentro do equipamento e impede que o ambiente externo seja afetado”, detalha Marco Stoppa.

Além da proteção física, as soluções inteligentes de iluminação conectada vêm ganhando espaço, permitindo monitoramento remoto, sensores de falha e manutenção preditiva, o que reduz interrupções nas operações.

O evento também abordará boas práticas de instalação e manutenção, classificação de zonas de risco e treinamento técnico, essenciais para profissionais que atuam em ambientes de alta complexidade. “Segurança e eficiência energética caminham juntas. A tecnologia certa protege vidas, preserva ativos e mantém o Brasil competitivo nas exportações”, diz Stoppa.

“Nosso objetivo é levar conhecimento, tecnologia e conscientização para reduzir riscos e aumentar a confiabilidade das operações. Sem profissionais capacitados, a modernização corre o risco de se tornar um problema de segurança pública”, conclui o diretor. 

Fonte: Engenharia de Comunicação

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