No mês em que se comemora internacionalmente o dia da mulher, a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) abre duas turmas em seu Centro de Treinamento (CT) para um curso que, não muito tempo atrás, seria impensável para a mão-de-obra feminina: Operação e Manutenção de Empilhadeira. As turmas estão com inscrições abertas e dispõem de 15 vagas por grupo. As aulas acontecerão de 11 a 13 de março, para a Turma 1, e de 18 a 20 de março, para a Turma 2 e serão ministradas pelos instrutores do CT. Os alunos aprovados terão certificado expedido pelo Senar, instituição parceira da Abapa, com carga horária de 24 horas, divididas em três dias. Elas acontecerão de 11 a 13 de março, para a Turma 1, e de 18 a 20 de março, para a Turma 2.
As capacitações exclusivas para mulheres promovidas pela Abapa, nos mais diversos segmentos do agro, atendem a uma demanda crescente, tanto da parte de empregadores como das profissionais do mercado, e se alinham às ações voltadas à equidade de gênero que vêm sendo implantadas e estimuladas pela Associação. “Hoje já percebemos uma presença maior de mulheres trabalhando na cadeia produtiva do algodão, inclusive na própria associação, em posições de decisão e como colaboradoras, mas ainda há um longo caminho a seguir. Abrir capacitações para postos como operadores de empilhadeiras, mecânicos, tratoristas, para além de muitos outros cursos em áreas técnicas e administrativas, dá oportunidade para mulheres da comunidade desempenharem uma função e ser remunerada por isso. Para o agro isso também é muito bom e deve ser estimulado”, explica a presidente da Abapa, Alessandra Zanotto Costa.
De acordo com o gerente do CT da Abapa, Douglas Vieira, o curso contempla teoria e prática. “O agronegócio do oeste da Bahia está em expansão e precisa de profissionais capacitados. Nosso objetivo é fornecer às mulheres as ferramentas necessárias para ingressarem no mercado com segurança e competência. A presença feminina fortalece o setor e traz novas perspectivas para a operação de fazendas e indústrias agrícolas”, destaca.
Inclusão e Oportunidade no Agro
Ao longo dos anos, vários cursos exclusivos para mulheres têm sido oferecidos pelo CT, com apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), do Fundo para o Desenvolvimento do Agronegócio do Algodão (Fundeagro) e do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA). São mais de 15 áreas profissionais abrangidas, como operação de máquinas agrícolas, soldagem, manuseio de defensivos agrícolas, cursos de informática, entre outros, com carga horária de 24 e 40 horas. As capacitações são gratuitas.Mulheres que participaram dos cursos do CT da Abapa relatam que a capacitação tem sido um acesso ao setor agropecuário.
Nara Alves e Fernanda Pereira de Souza são exemplos de como essas formações abrem novas perspectivas para profissionais do campo. Nara conheceu o curso de empilhadeira através do projeto Mulheres Protagonistas e enxergou nele a chance de enfrentar o preconceito contra mulheres operadoras de máquinas. “Os empregadores ainda enxergam a mulher como frágil, incapaz de realizar certos serviços. Mas o curso mostrou que temos total capacidade de operar essas máquinas. Foi uma experiência enriquecedora, com aulas teóricas e bastante prática, conduzidas por um excelente professor”, relata.
Fernanda Pereira de Souza, por sua vez, sempre teve paixão por máquinas e caminhões. “Desde criança, me interesso por maquinários. Fiz o curso de empilhadeira e também os de trator básico, avançado e de pá carregadeira. As aulas foram maravilhosas, com professores muito bem preparados. Hoje, me sinto pronta para o mercado de trabalho graças às oportunidades oferecidas pela Abapa”, afirma.
Fonte: Catarina Guedes