A presença feminina no agronegócio tem crescido porteira adentro. Segundo o Censo Agropecuário do IBGE (2017), 947 mil mulheres estão à frente de propriedades rurais no Brasil, representando 19% do total de estabelecimentos agropecuários. Nos bastidores do setor, esse avanço também ocorre na pesquisa e no desenvolvimento de novas tecnologias para o campo. A TMG – Tropical Melhoramento & Genética, empresa brasileira de soluções genéticas para algodão, soja e milho, faz parte desse movimento com um time de mais de 80 mulheres trabalhando no time de pesquisa que contribuem para a inovação no setor.
“A diversidade fortalece o mercado de trabalho como um todo. Ter mulheres em todas as áreas, do campo ao laboratório, amplia perspectivas e contribui para um ambiente mais inovador. Esse movimento é fundamental para o crescimento da empresa e para a formação de novas profissionais no setor”, destaca Kamila Coelho, Gerente de Recursos Humanos da TMG.
Da pesquisa à liderança
Adriana Polizel, Gerente de Pesquisa na TMG, não imaginava que seguiria carreira no agronegócio. Durante a graduação, uma professora sugeriu que conhecesse a pesquisa na área e a indicou para um estágio na Embrapa Soja. “Agradeço a ela até hoje. Tive essa mulher inspiradora no meu caminho que mostrou o agronegócio como uma possibilidade de carreira”, afirma. O estágio abriu novas oportunidades e direcionou sua trajetória profissional. Adriana concluiu mestrado e doutorado em Genética e Melhoramento de Plantas e, em 2014, ingressou na TMG como trainee. Um ano depois, assumiu como coordenadora de laboratório e, desde 2021, o cargo de gerente de pesquisa, tornando-se a primeira mulher a ocupar essa posição na empresa. “Atualmente temos um grupo grande de mulheres na pesquisa. A área evoluiu muito e, com isso, vemos mais mulheres assumindo funções estratégicas”.
Viviani Marques, Coordenadora de Pesquisa na TMG, cresceu no campo e acompanhou de perto os desafios da produção agrícola. Filha de agricultores, observava as dificuldades enfrentadas por seu pai, do clima incerto às perdas causadas por pragas e doenças. O interesse por soluções aplicáveis à lavoura a levou a cursar Biologia e se especializar em biotecnologia. “O clima não podemos controlar, mas pragas e doenças podem ser manejadas com a tecnologia. Sempre quis trabalhar com pesquisa para contribuir com a cadeia produtiva”, afirma. Viviani atua na área de transformação genética e fenotipagem de plantas. Doutora em Agronomia (fitossaninade) e mestre em Genética e Biologia Molecular, acredita que o agronegócio oferece cada vez mais oportunidades para as mulheres na ciência.
Marilize Oliveira, Líder em Ambiente Protegido na TMG, encontrou seu caminho na agronomia de forma diferente. Antes de atuar no agronegócio, trabalhou no varejo, mas viu na pesquisa novas oportunidades. Seu primeiro contato com a área foi por meio de um estágio em fitopatologia, experiência que abriu portas para sua carreira. “Fui subindo degrau por degrau. Entrei como auxiliar de laboratório, passei por diferentes funções até chegar à posição que ocupo hoje. Essa base foi essencial, porque me permitiu conhecer diversos aspectos da pesquisa antes de assumir um papel de liderança”, conta.
Marilize também atua na gestão de pessoas dentro da pesquisa, formando novas equipes. “Liderar é algo desafiador, mas ao mesmo tempo, nos permite contribuir para que outros profissionais também possam crescer. Essa representatividade é muito importante, tive a Adriana Polizel como minha gestora, e ela sempre foi meu maior exemplo dentro da área”, finaliza.
Fonte: Gabriela Salazar