27.8 C
Jatai
InícioNotíciasCategoria GeralModelos de financiamento foram debatidos na Abertura da Colheita do Arroz

Modelos de financiamento foram debatidos na Abertura da Colheita do Arroz

Segundo especialista, crédito privado busca aproximação do setor do agronegócio brasileiro

O crédito privado está sedento em se aproximar e investir no potencial do agronegócio. Analista do Banco Central e ex-Secretário de Política Agrícola, José Angelo Mazzillo Júnior, detalhou os motivos desse interesse no setor na tarde desta terça-feira, 14 de fevereiro, na 33º Abertura Oficial da Colheita de Arroz e Grãos em Terras Baixas, em Capão do Leão – evento realizado pela Federarroz, com a correalização da Embrapa e Senar/RS e patrocínio Premium do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga).

“O agronegócio me anima e ao investidor institucional que está nos grandes centros financeiros do mundo porque oferece rentabilidade, baixo risco e sustentabilidade com muita escala. O agro brasileiro é diversificado com várias regiões e diferentes produtos e há um ambiente mercadológico favorável a longo prazo, mesmo com guerras e pandemia”, opinou, no painel Modelos de Financiamento.

De acordo com o Mazzilo Júnior, “o agronegócio é um sonho, um paraíso para o investidor.” Nos próximos anos, destacou ele, o mundo terá 500 milhões a mais de pessoas, seremos 9,7 bilhões. “É um mercado para sempre, que está crescendo, evoluindo e terá que ser suprido”, alertou. Por outro lado, conforme o analista do Banco Central, e ex- Secretário de Política Agrícola, o crédito é um insumo fundamental “para explorarmos todo o potencial do agronegócio, gerar riqueza, segurança alimentar e energética para o nosso país e o mundo.”

Mas “o Brasil faz parte da solução”, afirmou, lembrando que o país já é o maior exportador mundial de café (28%), açúcar (42%), suco de laranja (74%) , soja em grão (53%), carne bovina (25%) e frango (30%). “Temos que colocar o arroz aí também. Vai levar um tempo mas se planejar e fizer um projeto vai acontecer. Os recursos privados querem que isso aconteça. Vocês tem um mercado muito bom a disposição de vocês, ninguém produz arroz com essa qualidade. Os restaurantes gourmets gostam exatamente do arroz produzido aqui”, provocou os produtores no evento.

Segundo Mazzilo Júnior, o Brasil, se mantido o ritmo de produção atual, nos próximos oito anos vai conseguir alimentar mais 100 milhões de habitantes e precisará de mais investimentos para poder alcançar entre 150 e 200 milhões de pessoas a mais. Entretanto, o mercado de crédito no nosso país não foi desenhado para atender a atividade empresarial. Da década de 1950/60 para cá, foi elaborado para atender o governo e quem não precisa de dinheiro e os bancos entraram em uma zona de conforto”, explicou.

Um mercado de crédito bem desenhado é um bem público. “A nossa saída é o mercado de capitais, a securitização, o CRA, o Fiagro e o CDCA. O investidor que vir para cá, nós temos que criar este caminho para o dinheiro privado chegar com mais velocidade. E o Estado tem que ajudar vocês a gerir os riscos e apoiar no que vocês precisam.”

Para o analista do Banco Central e ex-Secretário de Política Agrícola, a política do seguro rural, um dos caminhos para mitigar riscos, não é tratada como deveria e os economistas até hoje não entenderam o quão crucial é o seguro rural. “O governo tem que ter metas para a agricultura e prestar contas. O setor está acima das flutuações de humores de conjunturas políticas no nosso país. O agronegócio tem que ter um tratamento perene independente de quem está no poder. Temos tudo para ocupar o que é nosso por vocação e capacidade.”

Já o gerente de Negócios, Mercado Agronegócios Superintendência Varejo RS do Banco do Brasil, Anderson Quevedo do Nascimento, complementou que o Brasil ainda está iniciando um trabalho com o mercado de capitais e de crédito mas que os investidores institucionais cada vez mais querem participar do mercado altamente resiliente e com demanda garantida que é o agronegócio.

Entretanto, o produtor também necessita estar atento para o que é necessário para acessar este capital. “Quem investe quer os menores riscos possíveis”, recordou, apontando o seguro rural como uma direção nesse sentido. “Caso contrário, caso contrário ele vai continuar financiando outras atividades, inclusive o setor público comprando títulos do governo.  De acordo com Nascimento, atualmente, o Banco do Brasil possui R$ 310 bilhões investidos na carteira do agronegócio brasileiro, de um total de ativos de R$ 1 trilhão. No Rio Grande do Sul o valor ultrapassa R$ 25 bilhões.

O painel teve a moderação do produtor rural Camaquã/RS e diretor da Federarroz PCI, José Carlos Gross. A programação completa assim como as inscrições para o evento, que ocorrerá de forma híbrida (virtual e online), e de forma gratuita, podem ser conferidas no site colheitadoarroz.com.br.

Fonte:  AgroEffective

spot_img

Últimas Publicações

ACOMPANHE NAS REDES SOCIAIS