Embrapa, WWF Brasil e Wetlands International lançam guia de melhores práticas pecuárias da Planície Pantaneira
A Embrapa Pantanal, conjuntamente com a WWF-Brasil e a Wetlands International, disponibiliza gratuitamente, para download, o Guia de Melhores Práticas Pecuárias da Planície Pantaneira,com o objetivo de ampliar o potencial produtivo da região pantaneira, reconhecida como berço da pecuária. A expectativa é de que o pecuarista do Pantanal receba recomendações técnicas para criar gado em um sistema produtivo diferenciado e de boa convivência com a biodiversidade pantaneira, fazendo disso um diferencial para seu negócio.
Flávia Araújo, analista de conservação do WWF-Brasil, explica que “o conteúdo foi elaborado por vários autores que, com suas experiências e estudos, indicam diversas possibilidades de conhecer e melhorar as práticas do produtor de gado de corte na Planície Pantaneira. Esta ação é a sistematização do conhecimento produzido até agora, fruto de várias parcerias e apoios”, ressalta.
O WWF-Brasil atua desde 2003 na região pantaneira, promovendo discussões sobre alternativas que aliem a atividade produtiva da pecuária e a conservação dos recursos naturais do bioma, seja apoiando produtores e associações de pecuaristas ou fazendo relacionamento com os diversos atores da cadeia produtiva local.
“Um dos focos de atuação da Embrapa Pantanal é o desenvolvimento de soluções tecnológicas voltadas para a pecuária sustentável. E esse guia vem ao encontro da nossa agenda de prioridades, ao disponibilizar informações e tecnologias de maneira acessível aos produtores pantaneiros e técnicos”, afirma Catia Urbanetz, pesquisadora e chefe-adjunta de Pesquisa e Desenvolvimento.
Thiago Coppola, chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia, destaca que “o guia vem como um forte instrumento para divulgarmos conhecimentos, boas práticas agropecuárias e tecnologias que visam auxiliar os produtores pantaneiros no aumento de sua produtividade de forma sustentável. Acreditamos que este instrumento servirá como importante ferramenta para que o produtor possa inovar em meio às tantas tecnologias e boas práticas desenvolvidas pela Embrapa Pantanal e seus parceiros”.
Para Rafaela Nicola, diretora executiva da Wetlands International Brasil, o guia vem trazer uma contribuição significativa tanto para o produtor como para o meio ambiente quanto aos recursos naturais para a manutenção da própria prática pecuária:
“A Wetlands International Brasil e a Mupan – Mulheres em Ação no Pantanal – têm como foco, dentro do Programa Corredor Azul, encontrar a convergência entre o desenvolvimento econômico, a conservação e a manutenção do Pantanal. Por isso, este guia de melhores práticas é uma demonstração concreta de que se pode obter transformações significativas a fim de salvaguardar e garantir os sistemas essenciais para a manutenção do bioma de maneira aliada à pecuária”, explica Rafaela.
O Bioma
A Planície Pantaneira é uma grande depressão no meio da América do Sul, considerada a maior área úmida do planeta, distribuída em três países: Brasil, Bolívia e Paraguai. Circundada quase que inteiramente por terrenos altos, os quais são chamados de Planalto. Todos os rios que cortam o Pantanal nascem no Planalto e, pela força da gravidade, escoam para a planície, onde se encontram no principal rio pantaneiro, o rio Paraguai.
O recorte geográfico da planície do Pantanal e o planalto circundante formam a Bacia do Alto Paraguai (BAP), que integra o sistema Paraguai-Paraná e, tri-nacionalmente, tem área de 624.320 km2.
Na estação das chuvas, o volume de água dos rios do planalto aumenta consideravelmente e, junto com a baixa declividade da planície, fazem com que a região inunde todos os anos. Porém, as inundações não ocorrem de maneira uniforme por todo o Pantanal. Algumas regiões permanecem inundadas durante todo o ano, e outras têm cheias de curta duração. Por isso, é muito difícil medir o Pantanal. No Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estima-se que sua área seja de 150.355 km2. De qualquer maneira, é um bioma único e complexo, altamente dependente dos ciclos das inundações.
A Publicação
O Guia começa com o “Planejamento da Paisagem e Propriedade”, trazendo uma visão ampla do imóvel rural inserido em uma paisagem diferenciada como a do Pantanal. Apresenta os tipos de ambientes da maior área úmida do mundo e algumas iniciativas de pecuária sustentável já existentes. Apresenta possibilidades de isenções e incentivos fiscais de apoio à conservação. Desperta uma reflexão na gestão mais sustentável, trazendo questões sobre gestão de recursos hídricos, resíduos, de negócios e de relações interpessoais.
A seguir, desenvolve-se com a dinâmica dos manejos. O “Manejo da pastagem” aborda medidas da conservação à restauração das pastagens nativas e a introdução de pastagens cultivadas, assim como os principais indicadores e práticas que permitam que o valor nutritivo disponibilizado para seu rebanho permaneça alto, assim como a produtividade animal.
O “Manejo do rebanho” apresenta ao produtor práticas da lida diária com os animais, incluindo a infraestrutura, o bem-estar animal e os manejos sanitário, nutricional e reprodutivo. Inclui uma tabela e explicações para calcular e auxiliar o acompanhamento de índices zootécnicos. Contém um calendário de manejo, com indicações das épocas mais adequadas para realização das atividades, bem como indicações de estratégias para a convivência com animais depredadores.
O lançamento do evento virtual do Guia de Melhores Práticas Pecuárias da Planície Pantaneira uma série de webinars, que seguirá nos dias 29 de julho, 03 e 05 de agosto, sempre às 16h (MS/MT).
Fonte: Embrapa