Marcha da Resistência finaliza depois de 15 dias e 750 quilômetros
Primeiro lugar ficou com ginete que corre a modalidade do Cavalo Crioulo há mais de 15 anos
Dos 38 admitidos no início da Marcha Anual de Resistência, 22 cruzaram a linha de chegada na manhã deste sábado, 10 de julho, em Jaguarão (RS). Foram 15 dias de desafio, sendo os três últimos ainda mais intensos por conta das etapas livres que completaram os 750 quilômetros da competição. E quem cumpriu o percurso em menor tempo, imprimindo adrenalina no trajeto final, foi Jura do Rincão da Querência com o ginete que corre Marcha há mais de 15 anos, Luis Umberto Silva Rodrigues, conhecido por “Balula”.
O conjunto concluiu a 19ª edição da modalidade em 67h18 min de provas no total, sendo 7 horas, 28 minutos e 47 segundos somente de etapas livres. Assim, Jura do Rincão da Querência foi considerada a égua mais resistente da raça Crioula no ciclo 2021, ganhando também o prêmio de Melhores Condições de Seguir Marchando e se tornando Campeã Égua Maior de 7 anos. “É o trabalho de um ano inteiro, uma coisa que a gente faz por gostar do cavalo. Quando completa uma Marcha, eu acho que já é um vencedor. Só que ganhar e superar todos os outros cavalos que estão competindo, animais bons e preparados, é o máximo que se pode ter para uma pessoa que se dedica ao cavalo”, disse o ginete ganhador.
“Um guerreiro nato, nascido para Marchar” enfatizou o vice-presidente de Provas da ABCCC, Eduardo Suñe, sobre “Balula” durante a entrega de prêmios realizada a céu aberto em função do Protocolo Sanitário e de Distanciamento Social de combate à Covid-19. No entanto, muito mais do que uma prova que testa e comprova a resistência do Cavalo Crioulo, a modalidade transborda histórias sobre superação individual, respeito ao cavalo, persistência e responsabilidade. A competidora Isadora Herrmann, por exemplo, que recebeu o prêmio de melhor ginete, tinha como objetivo concluir a Marcha. E foi aguardada pela filha que segurava um cartaz escrito “Vai mamãe. Você vai chegar”. E aliviada, a ginete desabafou: “Eu cheguei”.
A Marcha também é sobre a dedicação das equipes que vivem para a modalidade durante os 30 dias de concentração que se somam aos 15 de prova. A começar pelos comissários e veterinários, ancorados pelos princípios do Núcleo de Criadores de Cavalos Crioulos de Jaguarão que honra o trabalho desde sua fundação em 10 de janeiro de 1986. E que há 28 anos realiza a Marcha no município de Jaguarão. Hoje, presidido por Daniel Jaeger Gonçalves da Silva, o Núcleo teve a honra de premiar os envolvidos com uma homenagem em forma de música cantada por Lisandro Amaral em frente aos precursores da modalidade.
Estiveram presentes Luiz Carlos Cassal de Albuquerque, criador e incentivador da Marcha, além de outra figura muito especial para a raça Crioula, Bayard Bretanha Jacques. Um momento muito especial para todos, principalmente pelo fato da Marcha não ter sido realizada no primeiro ano de pandemia e, agora, com todas as medidas preventivas necessárias, ter voltado ao calendário do Cavalo Crioulo.
No instagram da ABCCC, o @cavalocrioulooficial, o público pôde acompanhar os melhores momentos, assim como as melhores histórias, que envolveram a disputa da edição que leva o nome de Antônio Joaquim de Lemos Piúma (in memorian), também conhecido pelos amigos queridos por “Tio Nico”. Seus familiares foram homenageados também na entrega de premiação e assim, terá seu nome eternamente lembrado quando o assunto for a Marcha de Resistência, em especial a do ciclo 2021.
Fonte: AgroEffective