BRASÍLIA — O publicitário João Santana e a mulher dele Mônica Moura denunciaram, em acordo de delação premiada homologada na terça-feira pelo relator da Lava-Jato no Supremo, movimentação irregular de dinheiro em todas as campanhas eleitorais que participaram no Brasil e em outros países da América Latina, no período de 2006 até serem presos em fevereiro do ano passado.
Nas delações, os dois relataram ilegalidades nas campanhas dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e de Dilma Rousseff, ambos do PT. As acusações seguem na mesma linha das já formuladas por ex-executivos da empreiteira Odebrecht, segundo disse ao GLOBO uma fonte vinculada ao caso.
Santana foi o marqueteiro das três últimas eleições presidenciais do PT: 2006, quando Lula venceu; e 2010 e 2014, quando Dilma Rousseff ganhou a disputa. Eles teriam relatado irregularidades também nas campanhas de Hugo Chavez, já falecido, e Nicolas Maduro, na Venezuela, de Maurício Funes, em El Salvador, de Danilo Medina, na República Dominicana e de José Eduardo dos Santos, em Angola. Nenhuma das campanhas das quais participaram ficou de fora das delações. As irregularidades estariam relacionadas aos pagamentos pelos serviços que prestaram.
Fonte: O Globo