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Iridovírus permanece como alerta na criação de tilápias por facilitar o contágio por bactérias

De grande potencial patogênico, o Iridovírus, conhecido pela sigla ISKNV, causa altos índices de mortalidade na tilapicultura. Uma das razões é que o vírus tem como característica a imunossupressão, uma vez que acomete os órgãos de defesa dos animais, como o baço e o rim, abrindo portas para outras doenças e comprometendo o controle sanitário da criação de tilápias. Talita Morgenstern, coordenadora técnica da unidade de negócios de Aquicultura da MSD Saúde Animal, pontua que a coinfecção pelas bactérias E. Tarda, L.petauri, L. Garviae, S. agalactiae e A. hydrophila é comum após surtos de ISKNV.

“Estudos mostram que as mortes em pisciculturas cultivadas em decorrência de múltiplas infecções por patógenos provavelmente superam a infecção única. E o Iridovírus é uma enfermidade que, justamente, deixa o peixe mais suscetível a outras doenças. Para conter esses danos, é preciso seguir protocolos de vacinação e biosseguridade”, diz.

O Iridovírus acomete peixes em todos os estágios de vida, mas é considerado de alto impacto nas fases de alevinos e juvenis (Subramaniam et al., 2016; Ramírez-Paredez et al., 2020). Além disso, pode afetar qualquer modelo de criação de tilápias, como tanques-rede, viveiros escavados ou sistema de recirculação. Porém, o cultivo intensivo enfrenta desafios maiores em relação à doença.

Ponto de atenção é que os sinais clínicos inespecíficos dificultam o diagnóstico de ISKNV. Talita explica que, após a infecção pelo Iridovírus, os peixes podem manifestar sintomas como letargia, ascite, hipoplasia do baço, brânquias pálidas, coloração escurecida e permanecer no fundo do tanque. “No entanto, essas manifestações clínicas são inespecíficas, por isso, a identificação de campo de um surto de ISKNV pode vir a ser tardia.”

Foco na prevenção

Os prejuízos que o Iridovírus traz à tilapicultura reforçam a importância de se agir preventivamente contra a doença. A forma mais eficaz de prevenção é a vacinação associada a medidas de biosseguridade – conjunto de procedimentos que previnem ou minimizam a transmissão de doenças e patógenos – e higienização das instalações. A MSD Saúde Animal tem em seu portfólio uma vacina injetável e com uma formulação precisa e eficaz contra essa enfermidade especificamente. “A AQUAVAC Irido V estimula a imunidade e reduz a disseminação do Iridovírus nas fazendas produtoras, afastando os riscos sanitários”, afirma Talita.

Quanto às medidas de biosseguridade, a desinfecção na piscicultura é item básico e primordial na prevenção das doenças. A escolha de produtos que tenham propriedades de amplo espectro, como o Omnicide Aqua, é uma estratégia essencial para promover a descontinuação da circulação de patógenos e a não introdução de novos ao sistema de produção, prezando pela saúde do plantel.

Outras medidas de boas práticas de produção que podem contribuir para o gerenciamento dessa enfermidade são a diminuição das densidades de cultivo e o uso de alimentos funcionais que possam aumentar a resistência inata dos peixes frente ao vírus. Também é recomendado monitorar a saúde em incubatórios e reprodutores para evitar a transmissão da doença entre fazendas.

Ainda segundo a especialista, é preciso esclarecer que antimicrobianos não combatem patógenos virais, mas o medicamento pode ser recomendado quando o Iridovírus se apresenta acompanhado de infecções secundárias bacterianas. “Quando a infecção ocorre de forma mista, vírus e bactérias, o tratamento por antimicrobianos é recomendado. Porém, quando a infecção é apenas pela enfermidade viral, o tratamento com esse medicamento não será efetivo”, esclarece a profissional.

Fonte: Thais Campos De Souza

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