Tecnologia garante ao consumidor procedência do animal
Ferramenta SafeBeef possibilita que o pecuarista faça a rastreabilidade do rebanho e da fazenda garantindo a rastreabilidade do produto. Informações armazenadas via blockchain podem ser vendidas pelo produtor para a indústria e repassadas ao consumidor final
Devido ao desmatamento da Amazônia e às constantes denúncias de organizações sociais, o SafeBeef surge como uma solução capaz de mostrar onde o animal passou com sua localização geográfica feita a partir da leitura do brinco de identificação
A iRancho, ranchtech brasileira que tem como missão aumentar a rentabilidade e produtividade do pecuarista por meio de soluções digitais, passa a oferecer ao produtor rural um sistema gratuito de rastreabilidade bovina por consequência (patente depositada) chamado SafeBeef. A tecnologia possibilita que o pecuarista faça a rastreabilidade do rebanho, da fazenda e do produto. Toda essa informação fica armazenada em blockchain, onde as informações são imutáveis e assinadas digitalmente.
Segundo Thiago Parente, cofundador e presidente da iRancho, o objetivo final dessa ferramenta é permitir ao pecuarista que realize a venda dos animais juntamente com suas informações para a indústria. Já para o consumidor, o dispositivo possibilita a garantia de procedência do alimento, além de questões como sustentabilidade da produção, segurança alimentar e acompanhamento da vida do animal, a partir dos registros de manejos.
A solução tecnológica também é capaz de mostrar que os animais não foram produzidos em áreas embargadas ou desmatadas ilegalmente, por exemplo. Especialmente devido ao desmatamento ilegal da Amazônia e às constantes denúncias de organizações sociais, o SafeBeef surge como uma solução capaz de mostrar onde o animal percorreu com sua localização geográfica coletada automaticamente a partir da leitura do brinco de identificação.
“O consumidor está cada vez mais consciente e preocupado em saber a procedência da carne que vai para a sua mesa, se foi produzida de forma sustentável, se não há embargos na propriedade e se o consumo é seguro”, explica Parente. O empresário também conta que o SafeBeef passa a ser um importante instrumento para as seguradoras e pecuaristas pois ao acompanhar toda a vida do animal o sistema reduzirá os riscos tanto do custo do seguro quanto do financiamento realizado pelo produtor.
Parente explica que a indicação do selo no produto é uma forma de demonstrar mais segurança alimentar ao consumidor. Com o SafeBeef é possível visualizar toda a parte de acompanhamento de vida do animal, a partir dos registros de manejos como medicamentos, nutrição, pesagem, entre outras.
“Nosso objetivo é desenvolver um ranking com selos indicadores de níveis, para incentivar o pecuarista a buscar cada vez mais a melhoria de seu processo produtivo e de gestão. Ainda serão definidos esses níveis e regras de rastreabilidade, e emitiremos selos por animal, de acordo com o nível de sua rastreabilidade”, conta.
ACESSO A FERRAMENTA
O SafeBeef pode ser integrado no próprio sistema da iRancho ou em aplicativos e ferramentas de gestão próprias ou homologadas, que executam as tarefas de coleta de dados e os alimentam de forma automática.
Qualquer pessoa, mesmo que não tenha o sistema de gestão iRancho, pode ter acesso ao SafeBeef gratuitamente. De acordo com Parente, o sistema ficará disponível em aplicativo para celular, que permitirá a qualquer produtor, seja ele pequeno ou grande, a realização da rastreabilidade do rebanho.
“Vale a pena ressaltar que o SafeBeef torna-se inclusivo ao colocar na mesma cadeia de rastreabilidade, dominada hoje pelos grandes produtores, os pequenos e médios também. Atualmente, é preciso uma boa estrutura, mão de obra e dinheiro para fazer a rastreabilidade do governo. Com o SafeBeef, o processo é sem custo e sem esforço para o produtor”, esclarece.
Todas as informações enviadas ao SafeBeef são assinadas digitalmente, isso garante a segurança e a imputabilidade jurídica do sistema. Por isso, o pecuarista tem que criar uma conta no SafeBeef, comunicar em seu sistema de gestão a conexão com o Safe, e enviar seu certificado digital para assinar as informações registradas.
O custo para o pecuarista será na identificação individual dos animais, que terão que usar brincos padrão SISBOV ou ICAR, que são números que garantem a unicidade mundial do animal, uma espécie de CPF que garante a rastreabilidade, o que pode girar em torno de R$ 5 por brinco.
Já para o consumidor, ele precisa reconhecer e estar disposto a pagar por um produto que possui cadeia rastreada, um valor agregado, porém Parente diz que ainda não é possível deduzir qual valor será imputado.
SUSTENTABILIDADE
A criação do sistema SafeBeef está atrelada aos pilares que envolvem a ESG, sigla em inglês para “Environmental (ambiental), Social (social) and Governance (governança)”.
Parente explica que do ponto de vista ambiental, a rastreabilidade de toda a vida do animal incentiva a produção sustentável e segura. Na área social, além da inclusão de pequenos e médios produtores, o pecuarista é beneficiado com o aumento de sua margem. “Já na área da governança, o SafeBeef nasce a partir da importância e preocupação com uma gestão bem feita, completa, automatizada e confiável. Além disso, quando o produtor consegue fazer uma gestão baseada em dados, em estratégias bem traçadas, um dos pontos que ele consegue melhorar é a produtividade nas áreas de produção, reduzindo a pressão pela abertura de novas áreas e, consequentemente, o desmatamento”, frisa o presidente da iRancho.
Fonte: FirstCom Comunicação