Para os cientistas, essas variações nos insetos podem gerar sérias consequências nos processos de polinização. Dados de pesquisa mostram que os insetos avançaram no início do voo a uma taxa de 0,1 dias por ano e isso ocorre há 60 anos. Ou seja, em 2016 (no ano passado do estudo) os insetos polinizadores avançaram seu tempo mais ativo para 5,8 dias, em comparação com o que foi notado em 1960.
O estudo foi baseado em quase 20 milhões de observações de insetos, analisando desde o momento em que o voo começou e sua duração correspondente. Entre as espécies estão himenópteros (abelhas e vespas), dípteros (moscas e mosquitos), besouros (besouros e joaninhas) e lepidópteros (borboletas e mariposas). Os registros datam de 1960 e exploraram a maioria dos países europeus.
Para o entomologista do Museu Nacional de História Natural da França e o principal autor do estudo, François Duchenne, essa situação pode afetar o ecossistema: “a estrutura sazonal dos conjuntos de polinizadores mudou nos últimos 60 anos: eles são menos sincronizados do que então. Isso reduz as características funcionais das comunidades de polinizadores (redundância e complementaridade), que podem ter efeitos negativos na polinização”, conclui.
A verdade é que esses comportamentos não são constantes em todas as espécies. O estudo também indica que 43% dos insetos polinizadores atrasaram seus dias habituais de partida. Da mesma forma, também existem respostas diferentes, por exemplo, dípteros e besouros avançaram seu período central de atividade mais do que lepidópteros ou himenópteros.
Fonte: Agrolink Por Leonardo Gottems
Crédito: DP