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Impactos da adubação potássica e da conservação

Impactos da adubação potássica e da conservação pós-colheita na produtividade da banana   

Cuidados pós-colheita inadequados podem gerar perdas de 40% a 60% na cultura da banana. Com mais de 6 milhões de toneladas produzidas por ano só no Brasil e sendo consumida de várias maneiras e em todas as camadas sociais, além dos cuidados pós-colheita, a cultura é muito exigente em nutrição. Entenda como as adubações potássicas têm alto fator sobre a pós-colheita e a influenciam aumentando a resistência dos frutos ao transporte.

O momento da colheita da banana  

A bananeira é uma das frutíferas mais cultivadas em países de clima tropical e subtropical. O Brasil é um dos maiores produtores de banana do mundo, com cerca de 6,7 milhões de toneladas produzidas anualmente no país.

De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o consumo de banana atinge as mais diversas camadas sociais, com um consumo per capta em torno de 25kg/ano.

Os frutos da bananeira podem ser colhidos antes do amadurecimento, pois continuam esse processo depois de separados da planta mãe. Por esse motivo, eles são classificados como frutos climatéricos com alta taxa respiratória.

É esse processo respiratório que desencadeia o processo de produção do etileno, um regulador de crescimento gasoso liberado no amadurecimento.

Assim a conservação e prolongamento de vida útil da banana após a colheita estão intimamente ligados a uma baixa taxa respiratória do fruto. Outros fatores decisivos são:

  • A baixa produção de etileno endógeno (produzido internamente pela planta);
  • A absorção de etileno exógeno (aplicado sobre os frutos).

Outro ponto crucial para a conservação dos frutos pós-colheita é a determinação do momento certo para a colheita. Para determinar o momento da colheita das frutas de banana, faz-se corte longitudinal em um fruto de primeira penca que deve estar rosado, ou seja, na sua maturidade fisiológica. Nesse momento, tem-se uma baixa taxa de açucares, alta de amido, alta adstringência e muitos compostos fenólicos.

Quanto aos danos aos frutos, esses são diminuídos com uma série de cuidados que vêm logo após a colheita. O primeiro deles é relacionado ao despencamento: as bananas devem ser despencadas com cuidado para evitar cortes.

Após esse procedimento, elas devem ser imersas em tanques de lavagem para estancamento do látex, e embalados sem forçá-los dentro da embalagem, evitando os danos por abrasão e compressão dos frutos.

A refrigeração é ainda uma outra maneira de conservar a longevidade da banana. Mas, como fazê-la corretamente?

A refrigeração correta ajuda a manter a longevidade da banana   

As bananas são frutas perecíveis e, deste modo, sua longevidade vai até três semanas sob refrigeração. Na pós-colheita, as perdas de frutos podem atingir de 40 a 60% quando não se adotam os devidos cuidados.

Para realizar a refrigeração, a atmosfera do local de armazenamento dos frutos de banana, deve ser controlada com 7 a 10% de dióxido de carbono (CO2), além de 1,5 a 2,5% de oxigênio (O2) por 4 meses em 20ºC.

O CO2 é antagonista do etileno, ou seja, age em sentido oposto do etileno. Já o O2 é necessário para as transformações metabólicas, isto é, as transformações que as substâncias químicas sofrem no interior da fruta e que liberam energia para o amadurecimento.

Outros métodos para aumentar essa longevidade são:

  • o uso de sacos de polietileno, que aumentam o tempo de conservação;
  • a adição de permanganato de potássio, que absorve o etileno;
  • a emulsão de cera éster de sacarose, que aumenta o período de pré-climatério entre uma ou duas semanas, diminuindo a perda de água e o escurecimento da casca.

Para que não ocorra alterações na qualidade, a temperatura adequada de armazenamento varia de 13,9 a 23,9ºC. Valores maiores de temperatura aumentam a velocidade de maturação, diminuindo a longevidade e atividade enzimática.

Quando se considera a polpa da banana, a temperatura deve variar de 13,9 a 18,3ºC, sendo que em temperaturas menores que isso as frutas ficam descoradas além de ocorrer o amaciamento excessivo da polpa.

Quanto à temperatura mínima, essa depende da variedade e sua relação com os danos pelo frio, normalmente temperaturas menores que 3.3ºC causam esses danos. As evidências do impacto do frio geralmente são reveladas quando se retiram as bananas para a temperatura ambiente. Entre elas temos:

  • a casca acinzentada;
  • os tecidos vasculares na casca escurecidos;
  • alterações no sabor da polpa.

A incidência de danos por frio depende do estádio de maturação, da temperatura e do tempo de armazenamento. Quanto mais verde o fruto, quanto mais baixa a temperatura e quanto maior o tempo de exposição à baixa temperatura, maiores serão os danos.

Recomenda-se ainda umidade relativa (UR) de 85 a 95%. A UR influencia expressivamente na intensidade dos danos pelo frio, ou seja, maior umidade retarda o aparecimento, assim é importante o uso de câmaras automatizadas. Os frutos nessas condições terão boa qualidade, cor e sabor e assim grande período de comercialização.

Quando os frutos são retirados das câmaras de refrigeração, são geradas modificações da atmosfera interna do fruto, aumentando concentração de CO2 e diminuindo a de O2, condições essas que promovem a maturação.

Também é possível antecipar a maturação da banana em uma câmara. Para isso, utilizam-se produtos cujo princípio ativo é o fitorregulador etileno. Além do próprio gás etileno, são usadas misturas do etileno com nitrogênio: azetil ou etil 5 (5% etileno).

Outra fonte de etileno é o ethephon, princípio ativo do ethrel ou similar. Nesse caso, utilizam-se concentrações que variam de 200 mg/L a 2.000 mg/L do princípio ativo, por 10 minutos dependendo da cultivar.

A mesma solução de ethephon pode ser usada por até 1 ano. Essa é uma vantagem do ethephon sobre os demais gases os quais, por serem voláteis, são usados apenas uma vez.

Depois de todos os processos citados é feito o transporte dos frutos. Porém, o manejo nutricional realizado durante todo o ciclo da cultura tem papel importante nesse momento.

Como o manejo nutricional influencia na qualidade da banana   

O potássio é o nutriente mais exigido na cultura da bananeira, sendo importante não só para produção e qualidade de frutos, mas também atuando no aumento da resistência dos frutos ao transporte.

No subgrupo Cavendish, se há o desbalanço entre nitrogênio (N) e potássio (K), resulta-se em problemas na pós-colheita. Uma das consequências desse desbalanceamento é a queda de frutos amadurecidos no cacho.

Outro fator importante no transporte é o uso de embalagens recomendadas. As melhores opções para melhorar a conservação são aquelas que fazem o uso de plástico perfurado, sem absorvente de etileno (permanganato de potássio).

Assim, há um ganho de 5 dias de conservação a mais, numa temperatura de 22ºC, além de ser uma embalagem econômica. Vale ressaltar também a necessidade de dar preferência ao transporte em veículos refrigerados.

Contudo, mesmo após entender todos os processos de pós-colheita, observa-se que esta atividade não melhora por si só a qualidade dos frutos: é preciso pensar globalmente nos processos de colheita, pós-colheita e também no manejo nutricional adequado.

Quando esses três pilares são bem realizados, é possível retardar o processo de envelhecimento e degradação do fruto, garantindo conservação apropriada. Assim, o tempo de comercialização é prolongado, gerando uma maior satisfação do consumidor.

Dessa maneira, pode-se aliar no âmbito do manejo nutricional uma fonte de potássio livre de lixiviação, acidificação, salinidade, cloro e sódio, conhecida como Siltito Glauconítico.

Além de ter 10% de K2O disponível, o Siltito Glauconítico também fornece silício, magnésio e manganês, liberando os nutrientes de maneira gradativa, auxiliando na qualidade pós-colheita dos frutos de banana.

Fonte: Blog Verde

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