O Instituto Agronômico (IAC-Apta) promove, nos dias 18 e 19 de outubro, o evento IAC de Portas Abertas, na paulista Campinas. Aberto ao público, o encontro exibirá trabalhos desenvolvidos nos centros de pesquisas agrícolas da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de SP. Serão destacados, por exemplo, pelo menos cinco iniciativas de ponta na área de agrotóxicos, além de tecnologias de última geração voltadas aos cultivos de café, horticultura, grãos, fibras e sisal e de outros recursos para o agronegócio.
Referência na América Latina no desenvolvimento de tecnologia de aplicação e segurança nas operações com agrotóxicos, o Centro de Engenharia e Automação (CEA) do IAC, sediado em Jundiaí, apresentará no evento projetos relevantes, com alcance regional, nacional e internacional, que abrangem desde um protótipo para colheita de sisal nas pequenas propriedades até exclusivos óculos de última geração, empregados em suporte ao avanço de estudos na área de vestimentas protetivas agrícolas ou EPI agrícolas.
Diretor do CEA-IAC, o pesquisador Hamilton Ramos estará no local para atender visitantes e a imprensa e detalhar os programas descritos a seguir.
∙ Drones SP – Centro de Engenharia e Automação do IAC firmou recentemente uma parceria com a Fundação Coopercitrus Credicitrus. A Fundação e o órgão unem esforços para levar a pequenas e médias propriedades a tecnologia de aplicação de defensivos agrícolas por drones. A Coopercitrus forneceu equipamentos e capacitação ao CEA-IAC. Equipe especializada iniciou ensaios com produtores. Drones SP começou pelo Circuito das Frutas, na região de Jundiaí-SP e chegará a propriedades de cooperados Coopercitrus nas culturas de soja, milho, citros e cana-de-açúcar e outros cultivos.
∙ IAC-Quepia e a exposição do trabalhador aos agrotóxicos – Criado há 18 anos, o IAC-Quepia reúne o setor privado ao CEA-IAC em atividades de pesquisa e desenvolvimento de vestimentas protetivas agrícolas ou EPI. Trata de equipamentos de segurança exigidos para trabalhadores rurais, na maior parte das operações envolvendo a aplicação de agrotóxicos ou defensivos agrícolas. O programa IAC-Quepia resultou na queda das reprovações de qualidade de EPI agrícolas fabricados no Brasil, que eram da ordem de 80% do montante analisado em laboratório, em 2010, para os atuais menos de 20%.
∙ Aplique Bem, 17 anos – Com quase 85 mil agricultores beneficiados apenas no Brasil, além de mais sete países, acima de 1 000 municípios cobertos (1 milhão de km percorridos), quase 5 mil treinamentos e investimento de R$ 2 milhões anuais, o programa tem por objetivo qualificar pequenos, médios e grandes produtores ao manejo seguro de agroquímicos. São pilares centrais a proteção de cultivos, do meio ambiente e do trabalhador rural. Sem nenhum custo para o agricultor, movimenta uma equipe de agrônomos e uma frota de laboratórios móveis. As ações ocorrem diretamente nas propriedades rurais.
∙ Unidade de Referência em Produtos Químicos e Biológicos – Fruto de uma parceria público-privada, a Unidade de Referência em Produtos Químicos e Biológicos (UR) forma instrutores para treinar trabalhadores aplicadores de agroquímicos. A UR conta com qualificação para promover capacitação profissional nessa área com base nas exigências do Decreto nº 10.833/2021 (Programa Aplicador Legal), do Governo Federal. Os formatos de treinamento disponíveis são presenciais, EAD ou semipresenciais e passaram a atender, ainda, empregadores do agronegócio e os próprios aplicadores de produtos. Mais de 130 profissionais já passaram pelos treinamentos do programa.
∙ Adjuvantes da Pulverização – Setor não regulado pelos órgãos oficiais, a indústria de adjuvantes agrícolas adere continuamente ao programa que reúne hoje quase 60 empresas signatárias do Selo IAC de funcionalidade. “Essa brecha na legislação abre margem para a circulação de adjuvantes de má-qualidade, ao mesmo tempo que exige das boas empresas do setor a busca por mecanismos que atestem a qualidade de seus produtos. Bons adjuvantes fomentam a produtividade; produtos ruins trazem danos”, resume Hamilton Ramos. Atualmente, mais de 100 produtos adjuvantes de cerca de 50 empresas encontram-se em processos de reavaliação no laboratório CEA-IAC.
Fonte: Fernanda Campos