O Ministério da Agricultura está monitorando o impacto da greve dos auditores-fiscais agropecuários nas importações e exportações de grãos brasileiras. Diz que pode agir para garantir a liberação das cargas nos portos brasileiros.
A greve dos auditores-fiscais começou depois da aprovação do Orçamento de 2022, para cobrar reajuste salarial do governo. A categoria reclama da decisão do governo de Jair Bolsonaro (PL) de reajustar apenas os salários dos policiais federais.
Segundo a Abitrigo (Associação Brasileira da Indústria de Trigo), a greve dos auditores fiscais agropecuários afeta a importação de trigo. A associação disse que 3 navios estão parados no Porto de Santos (SP) à espera de desembaraço, com 100 mil toneladas de trigo importado da Argentina.
O Porto de Santos disse que não há problemas na liberação do trigo importado. Porém, o Ministério da Agricultura monitora a situação e avalia os eventuais impactos da greve. Em nota, o Ministério da Agricultura disse que, “caso necessário, adotará medidas para garantir a normalidade de serviços afetados”.
Roraima
Os auditores-fiscais agropecuários seguiram o exemplo dos auditores-fiscais da Receita Federal, que entraram em greve em 27 de dezembro. Os servidores dizem que o governo cortou o orçamento da Receita Federal para bancar o reajuste salarial de policiais federais e cobram a regulamentação do bônus salarial da categoria, negociado desde 2017.
A greve dos auditores da Receita Federal afeta a fiscalização de cargas e já forma filas de caminhões nas alfândegas do Norte do país. Em Pacaraima (RR), fronteira do Brasil com a Venezuela, mais de 200 caminhões esperavam a fiscalização dos auditores na 4ª feira (5.jan.2022).
A Receita Federal disse que os caminhões que formaram fila em Pacaraima (RR) também já começaram a ser liberados. O governador de Roraima, Antonio Denarium (PP), disse que acertou com os auditores a liberação de cerca de 20 carretas diárias no Amazonas e em Roraima.
O atraso da liberação dos caminhões levou Denarium a procurar o ministro da Economia, Paulo Guedes. Em vídeo publicado nas redes sociais na 4ª feira (5.jan), Denarium disse que Guedes estava “sensibilizado” com a situação. Porém, o ministro negou ter conversado com o governador. Em nota, o Ministério da Economia disse que “o ministro limitou-se a repassar as mensagens do governador ao secretário [da Receita, Julio Vieir] para colocá-los em contato sobre o assunto de Pacaraima”.
Nesta 5ª (6.jan), Antonio Denarium disse que está “acompanhando de perto as negociações entre os auditores e o Governo Federal, buscando intermediar as negociações, visando não trazer prejuízos para Roraima”.
Fonte: Poder 360