26.2 C
Jatai
InícioNotíciasAgriculturaGargalos nas exportações do café brasileiro devem diminuir

Gargalos nas exportações do café brasileiro devem diminuir

A produção brasileira de cafés foi bastante afetada por fortes geadas e secas no último ano, juntamente com chuvas intensas e granizo entre o final de setembro e o início de outubro. Analistas preveem que a produção de grãos para este ano será a menor desde 2014. Mas essa não é a única preocupação do setor: as exportações de café também enfrentam gargalos logísticos.

A escassez de contêineres no Brasil levou as cafeicultoras de Minas Gerais a recorrerem aos
embarques fracionados a granel, nos quais os grãos são transportados em grandes embalagens flexíveis (big bags) nos porões dos navios. Esta solução não era utilizada pelo setor cafeeiro havia mais de 30 anos. A situação aflige a indústria porque apesar da queda de 5% no volume de café exportado entre janeiro e agosto deste ano, o produto está valorizado: a receita com os embarques brasileiros de café cresceu mais de 60% no mesmo período, segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).

No entanto, o café também enfrenta a concorrência de produtos com margens mais altas e demanda aquecida no mercado de transporte. “Muitas transportadoras ao redor do mundo têm direcionado contêineres vazios para rotas mais lucrativas, como aquelas que importam bens de consumo da China – uma prática intensificada ao longo da pandemia”, analisa Josh Brazil, vice-presidente de Supply Chain Insights da project44. Dwell time aumenta em Santos De acordo com a Movement, plataforma de visibilidade da project44, o Porto de Santos, principal escoadouro de grãos de cafés do Brasil, registrou neste ano o maior aumento no tempo de permanência (dwell time) das exportações entre os principais portos brasileiros. A média passou de 5,1 dias, em janeiro, para 7,7 dias em agosto – um crescimento de 51%.

Um relatório publicado no final de julho pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) aponta que os cafeicultores e outros segmentos do agronegócio usuários de contêineres terão de lidar com a escassez de unidades ao menos em médio prazo. Para Josh Brazil, a escalada global da inflação e o recuo no consumo de eletrônicos e bens duráveis podem não agravar a situação. “A demanda por produtos durante a pandemia criou uma competição por contêineres e influenciou substancialmente o aumento dos fretes marítimos nos dois últimos ano. De algumas semanas para cá, porém, os preços dos fretes vêm caindo, o que indica capacidade extra de expedição e maior disponibilidade de contêineres chegando ao mercado”, afirma o especialista da project44.

Fonte: Guilherme Kamio

spot_img
spot_img

Últimas Publicações

ACOMPANHE NAS REDES SOCIAIS