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Frutas frescas como manga e a uva podem ser impactadas com novas tarifas, mas produtores buscam alternativas no mercado

A iminência de um tarifaço imposto pelos Estados Unidos sobre produtos agrícolas brasileiros acende o sinal de alerta em novos segmentos do agronegócio. Além da tradicional preocupação com a laranja e o café, frutas frescas como manga e uva passam a integrar a lista de culturas em risco direto, com impacto previsto já para o segundo semestre deste ano.

Segundo o mercado, o efeito mais imediato deve recair sobre a manga, cuja janela de exportação ao mercado norte-americano tem início em agosto. A medida pode comprometer o escoamento de uma safra que vinha sendo planejada com otimismo, ancorada na valorização cambial e na recomposição produtiva de polos frutíferos no Nordeste.

A uva brasileira também entra na zona de alerta. Com colheita voltada à exportação a partir da segunda quinzena de setembro, especialmente nas regiões do Vale do São Francisco, a fruta pode enfrentar dificuldades para manter competitividade caso as novas tarifas sejam implementadas. Conhecida por sua qualidade e variedade, a uva de mesa brasileira vem ganhando espaço nos EUA, mas corre o risco de perder terreno para concorrentes de mercados isentos de tarifas.

No entanto, o cenário não é de paralisia. De acordo com Leonardo Sodré, CEO da GIROAgro, o momento exige decisão e planejamento. “É hora de diversificar e construir novos parceiros comerciais, intensificar parcerias e renegociar contratos. Essa tarifa não é o fim da lavoura, mas o sinal para defender nossa produção com estratégia”, afirma.

Antes da ameaça tarifária, a expectativa do setor era de crescimento nas exportações de frutas frescas para os Estados Unidos, apoiada em fundamentos econômicos positivos e na retomada da produção. Agora, produtores e exportadores se mobilizam para encontrar alternativas viáveis.

Diante do novo cenário, especialistas apontam dois caminhos principais para os produtores: buscar a diversificação de mercados e fortalecer a presença no mercado interno. A União Europeia, já habituada aos protocolos fitossanitários brasileiros, é considerada um destino natural para redirecionamento das cargas. Outros mercados estratégicos incluem Reino Unido, Emirados Árabes, Canadá e alguns países asiáticos que vêm ampliando o consumo de frutas frescas tropicais.

No mercado doméstico, a absorção de volumes maiores pode pressionar os preços ao produtor, exigindo atenção redobrada à logística, qualidade e negociação com grandes redes varejistas.

Além disso, entidades do setor produtivo articulam medidas junto ao governo federal, como crédito emergencial, estímulo à abertura de novos mercados e atuação diplomática para tentar reverter ou mitigar os efeitos do tarifaço. Em um ambiente de incerteza e competição acirrada, a organização da cadeia produtiva e a agilidade estratégica dos produtores serão decisivas para que o Brasil mantenha sua relevância no mercado global de frutas frescas.

“Estamos comprometidos em levar tecnologia e inovação para o campo, oferecendo soluções que impulsionam o trabalho do produtor rural e fortalecem a economia rural. Acreditamos que o investimento em pesquisa e desenvolvimento, aliado à paixão e ao conhecimento do produtor, é o caminho para uma agricultura cada vez mais sustentável e produtiva”, conclui Leonardo Sodré.

Fonte: Fábio Bouças

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