Parlamentares da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) criticaram duramente a atuação do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima durante audiência pública realizada nesta quarta-feira (2) na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados (CAPADR). Convocada para prestar esclarecimentos, a ministra Marina Silva foi alvo de questionamentos sobre temas considerados sensíveis ao setor agropecuário.
O presidente da comissão, deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS), cobrou explicações sobre a presença da ministra no Acampamento Terra Livre, realizado em abril. Para ele, a participação de uma autoridade de Estado em eventos que atacam o agronegócio compromete a neutralidade institucional. “É preciso entender se houve legitimidade institucional àquelas pautas, o que nos preocupa profundamente”, afirmou.
O deputado Evair Vieira de Melo (PP-ES) criticou a atuação do Ibama, classificando o órgão como uma “indústria da multa”. Segundo ele, os produtores rurais têm sido tratados com desconfiança, em vez de serem reconhecidos como parceiros na conservação ambiental. O parlamentar também questionou os critérios adotados para aferir os índices de desmatamento e defendeu mais equilíbrio entre preservação e segurança jurídica no campo.
Zé Trovão (PL-SC) trouxe à audiência dados da empresa suíça IQAir, que apontam o Acre como um dos estados com pior qualidade do ar no Brasil, com quatro cidades entre as mais poluídas. Ele relacionou o problema à falta de políticas públicas básicas, como o saneamento, e cobrou responsabilidade do governo federal. “Ministra, crianças morrem todos os dias no seu estado por falta de políticas públicas básicas. Isso é resultado de omissão ou de falta de vontade de trabalhar mesmo?”, questionou.
Outros parlamentares da FPA também demonstraram preocupação com o aumento das queimadas em 2024, a morosidade na liberação de defensivos agrícolas e a apreensão de gado em áreas embargadas, medidas que, segundo a bancada, afetam diretamente a produção agropecuária nacional e penalizam o produtor rural.
A audiência foi marcada por embates diretos e reforçou a insatisfação da FPA com a condução das políticas ambientais do governo federal. Os deputados defenderam a necessidade de maior diálogo e de uma atuação mais técnica e menos ideológica por parte do Ministério do Meio Ambiente.
Fonte: Imprensa FPA