Foram três dias de informações importantes para o produtor rural. O I Fórum de Sustentabilidade da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), que aconteceu entre os dias 10 e 12 de Julho, reuniu as principais questões apontadas pelos sindicatos ao longo dos últimos meses, como a nova legislação ambiental em relação a queimadas, compensações e a segurança do campo.
Para o presidente do sistema Faesp/Senar-SP, Tirso Meirelles, esse primeiro evento foi construído a partir de situações que incomodavam os agropecuaristas, como o manejo de javalis, discutido no primeiro dia.
O avanço do endereçamento rural digital, pelo programa Rotas Rurais, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, e sua importância para levar mais cidadania ao campo foi outro tema, já que será importante no projeto Integrar, que a Faesp está iniciando, para fazer uma radiografia do setor agropecuário do estado.
“A sustentabilidade já faz parte da vida dos nossos produtores e questões que tinham sido levantadas no campo nos ajudaram a construir esse primeiro fórum. Agradecemos a todos os parceiros nesse trabalho”, disse Meirelles.
Organizado pela Faesp, em parceria com a Polícia Militar, a Secretaria da Agricultura e Abastecimento e a Cetesb, o Fórum foi dividido por assuntos pertinentes. No primeiro dia, com oficiais da Polícia Militar Ambiental, o foco foram as questões ambientais. O capitão Thiago Soto explicou as ações necessárias ao manejo e controle de javalis, que destroem plantações e podem levar risco sanitário a rebanhos. Já o major Julio Cesar Araújo falou sobre os riscos das queimadas, muitas vezes usadas para a preparação do solo para uma nova safra, sob o olhar da nova legislação.
Já no segundo dia o assistente executivo da Diretoria de Controle e Licenciamento da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) Antonio Luiz Lima de Queiroz, e a bióloga e especialista em Meio Ambiente do Departamento de Sustentabilidade da Faesp, Maria Cristina Murgel, destacaram normativas e legislações que facilitam a vida dos produtores rurais e contribuem para a conservação, preservação e recuperação do meio ambiente. De acordo com Queiroz, ao longo do tempo, foi se definindo procedimentos mais simplificados para obtenção de autorizações nas situações de impacto ambiental que facilitam a vida dos agricultores.
Maria Cristina Murgel reforçou a importância de orientar os produtores rurais quanto às condições para que seus imóveis possam receber compensações ambientais. Também que o Estado de São Paulo possui critérios estabelecidos em resolução, mapeando todo o território em uma escala de prioridades.
“Nos últimos 30 anos, houve um acréscimo de vegetação no estado graças a esses instrumentos e normas e à conscientização crescente” ponderou Maria Cristina.
Já o último dia recebeu um painel sobre o Rotas Rurais, referência internacional no endereçamento rural digital, e sua importância para levar cidadania ao homem campo. O coordenador técnico do programa, Vagner Azarias Martins, explicou que o trabalho ajuda não apenas na localização precisa dos imóveis, mas permite acesso de serviços de segurança e saúde às regiões mais distantes dos centros urbanos. O assessor da presidência da Faesp, coronel Alberto Sardilli, pontou como o programa ajuda a levar mais segurança para os produtores rurais. Ele também comemorou a parceria entre as secretarias de Segurança Pública e Agricultura e Abastecimento para a diferenciação dos crimes que ocorrem no campo e levam insegurança aos moradores.
O coordenador do Departamento de Sustentabilidade da Faesp, José Luiz Fontes, ressaltou que a proposta é realizar eventos frequentes para atualizar os sindicatos e produtores rurais em relação à sustentabilidade. Essa é uma questão que impacta o campo, principalmente com vistas à perspectiva de mercados futuros para a comercialização de seus produtos.
Fonte: Mario Luiz Teixeira
