Propriedades eram utilizadas para plantio e produção da marca Tio Bepy e venda ocorre em meio a incertezas sobre abastecimento nacional do cereal; outra propriedade para produção de soja, do mesmo dono, também está à venda por R$ 25 milhões.
Em meio às incertezas provocadas para o mercado nacional de arroz por conta da crise climática no Rio Grande do Sul, estado que responde por 70% do abastecimento nacional, uma das principais fazendas de produção deste cereal em Mato Grosso do Sul está sendo levada a leilão judicial, com valor total estimado em quase R$ 150 milhões. As propriedades, localizadas nos municípios de Miranda, eram utilizadas para a produção de arroz da marca Tio Bepy, embora a execução judicial esteja relacionada à pessoa física de um dos proprietários.
O conjunto de terras a ser leiloado inclui dez matrículas que, juntas, somam 2,6 mil hectares. O valor mínimo de lance para essas propriedades totaliza R$ 147 milhões, com cada matrícula sendo leiloada separadamente. Situadas a menos de quatro quilômetros do centro da cidade, essas terras possuem toda a infraestrutura necessária para o plantio e produção de arroz, além de áreas destinadas à soja e à pecuária. As propriedades também estão localizadas em uma área turística, às margens do Rio Miranda, um dos principais do Pantanal, e contam com pista própria para pousos e decolagens.
Em Dourados, será leiloada outra propriedade, a Fazenda Santa Matia, localizada no distrito de Itaum, onde predomina o bioma cerrado. A área da fazenda é de aproximadamente 630 hectares, com valor inicial de lance de R$ 25 milhões.
Os leilões ocorrerão em primeira praça no dia 3 de julho. Caso os lotes não sejam arrematados, haverá um segundo certame com valor 20% menor duas semanas depois. A empresa responsável pela condução do negócio é a Mega Leilões.
A recente crise climática no Rio Grande do Sul, estado responsável por 70% da produção nacional de arroz, levou o governo federal a autorizar a importação do grão para evitar uma alta de preços no mercado interno.
De acordo com o ministro da Agricultura e Pacuária, Carlos Fávaro, uma estratégia a ser adotada pelo governo é a de descentralizar a produção de alguns alimentos considerados essenciais para o consumidor brasileiro, de forma a evitar que quebras de safra ou tragédias em decorrência das mudanças climáticas coloquem em risco o abastecimento no país.
Fonte: Reinaldo Di Giacomo Adri