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Fazenda São Victor completa 15 anos produzindo queijo do Marajó

Foi em julho de 2006, que Marcus e Cecília Pinheiro resolveram se dedicar na produção do queijo que carrega a tradição da região da Ilha do Marajó através de seu processo diferenciado e que ainda causa uma explosão de sabores ao paladar

Quando Marcus e Cecília Pinheiro começaram a produzir queijo do Marajó, em 2006, nem imaginavam o quão longe iriam com a produção deste produto lácteo. Afinal, nestes 15 anos, completados agora em julho de 2021, foram muitas conquistas obtidas pela Queijaria da Fazenda São Victor que deram identidade e reconhecimento ao queijo do Marajó, não apenas no Estado do Pará, mas também no Brasil e no exterior.

Antes de mais nada vale frisar que apesar de Marcus e Cecília produzirem o queijo do Marajó há 15 anos, a paixão pelo produto já existia há mais de 200 anos na família do casal. Haja vista que ambos possuem uma descendência muito tradicional de criadores de búfalos na Ilha do Marajó.

De acordo com a história, a receita do queijo do Marajó foi levada por portugueses e franceses que colonizaram a região desde o século XX. No início era fabricada com leite de vaca, mas com a chegada das búfalas a partir de 1895, importadas da Itália por Vicente Chermont de Miranda, os produtores perceberam que o leite das búfalas rendia muito mais e ainda dava mais qualidade ao queijo.

“Estamos muito felizes, pois nesses 15 anos nunca deixamos um dia de produzir. Quem conhece o Marajó sabe de todas as dificuldades que somos expostos, como os verões fortes e logística, mas nunca foram empecilhos”, frisa o casal que está à frente da Fazenda São Victor, localizada em Salvaterra Marajó/PA.

Queijo único e de sabores exclusivos

Assim, a história da Fazenda São Victor só foi começar no ano de 2000, depois que Marcus retornou de um período estudando agribusiness nos Estados Unidos e, assim, se sentiu preparado para começar a sua própria criação de búfalas leiteiras. Seis anos depois, em 2006, já ao lado de Cecília, o casal começou a produzir o queijo do Marajó.

“No início tivemos várias dificuldades, até mesmo por que não tínhamos legislação para a produção do queijo do Marajó. Até hoje temos encontramos adversidades. Mas acreditamos que estamos tendo grandes progressos com o queijo artesanal no Marajó”, citam Cecília e Marcus.

Ainda de acordo com o casal, cada queijaria no Marajó produz um queijo único com sabores exclusivos devido a característica de cada mestre queijeiro. “Sem falar ainda do terroir e da matéria prima – variação do leite – (o que a búfala consome), para a preparação de nossa obra de arte. E estamos ganhando espaço em gôndolas de todo o Brasil. O que nos deixa cada vez mais orgulhosos de levantar a bandeira do Pará, onde produzimos um queijo exótico e de qualidade”.

Reconhecimento e identidade da Fazenda São Victor

Ao decorrer desses 15 anos de produção, o queijo do Marajó da Fazenda São Victor ganhou reconhecimento e identidade em todo o território nacional, e até internacional. Foram inúmeras premiações recebidas, entre elas: Prêmio Ouro do Encontro Nacional de Criadores de Búfalo e Marajó Búfalos em 2017; Prêmios Queijo Brasil, sendo Bronze em 2017, Super Ouro em 2018 (com 500 queijos artesanais brasileiras participantes, ficando com o 1º lugar isolado) e Ouro em 2019; e, por fim, o Prêmio Prata da 4ª Edição do Mondial du Fromage et des Produits Laitiers, na França.

Além disso, o Queijo do Marajó da Fazenda São Victor ainda possui, desde março de 2020, o Selo Arte. Ou seja, um certificado que assegura que o produto foi elaborado de forma artesanal, com receita e processo que possuem características tradicionais, regionais ou culturais. Bem como autoriza que a Fazenda São Victor venda o produto para outros estados. “Fomos pioneiros na região Norte em obter esse Selo de inspeção”, conta o casal.

Em março deste ano, para coroar todas essas conquistas, o queijo do Marajó teve a sua Indicação Geográfica (IG) reconhecida pelo Instituto Nacional de Propriedade (INPI). Uma certificação que como objetivo proteger o nome do Queijo de Marajó, que é símbolo da cultura marajoara, reconhecido no Brasil e no exterior. Dessa forma, ninguém fora do território delimitado pelo INPI poderá usar o mesmo nome em um queijo, restringindo o uso aos produtores e prestadores de serviços, de fato, da região.

Recentemente, no mês de junho de 2021, a Fazenda São Victor participou do VI Torneio Leiteiro do Marajó Búfalo de João Rocha, onde participaram 89 vacas de 8 municípios diferentes. Como resultado, sete das matrizes de Marcus e Cecília Pinheiro ficaram entre as 10 melhores colocadas.

“Agradecemos a Deus por todas nossas conquistas e agradecemos imensamente a várias pessoas que caminharam e caminham junto com a gente. Sem elas nunca chegaríamos onde estamos. Não vamos citar nomes para não esquecer de ninguém. Sempre acreditamos que a cada dia podemos fazer melhor tudo o que amamos”, finaliza o casal.

Fonte: Agrovenki

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