A soma dos dados oficiais aponta aumento significativo comparado ao mesmo período de 2021, mas não supre a demanda internacional.
O Brasil é um grande exportador de milho, o que comprova os dados da SECEX – Secretaria de Comércio Exterior nesta semana. Segundo dados divulgados, a média diária já soma 370,2 toneladas, comparado ao mesmo período do mês completo no ano anterior.
Até a segunda semana deste mês, os embarques já somam 2,2 milhões de toneladas, um aumento significativo comparado ao resultado de 2,85 milhões do mês de setembro inteiro de 2021. As exportações brasileiras do cereal estão sendo impulsionadas por uma grande safra em 2022. Na semana de 28 de agosto a 3 de setembro, as exportações do país totalizaram 1,538 milhão de toneladas do grão.
Mesmo os números sendo positivos, especialistas apontam que eles ainda são insuficientes. Porque de acordo com os analistas de mercado, o preço oferecido pelo mercado internacional não satisfaz os produtores.
Fábio Pizzamiglio, diretor da Efficienza, empresa especializada no comércio exterior, aponta que é importante estar atento aos movimentos internacionais para compreender o cenário. “Principalmente após o início da guerra da Ucrânia nós tivemos um aumento significativo da demanda internacional para o milho e outros produtos – até mesmo quando consideramos os problemas logísticos atuais. Desse modo, o Brasil ainda não estava preparado para atender essa demanda tão elevada e de constante crescimento”, afirma o executivo.
As exportações aumentaram no Brasil, mas a pressão da oferta interna mantém os preços achatados. Os preços internos do milho permaneceram absolutamente inalterados em R$90,00/saca no Rio Grande do Sul, a R$ 87,00 em Santa Catarina e subiram 2,4% no Paraná, passando de R$ 83,00 FOB para R$ 85,00 FOB nesta sexta-feira.
Outro fator apresentado pelo especialista está relacionado com o reflexo, ainda presente, da pandemia no mundo. “Um dos aspectos principais que precisa ser apontado é em relação aos impactos da pandemia, que ainda podemos observar. Ele está presente no preço dos contêineres, ele está presente na insegurança no mercado externo. Essa fase ainda precisa ser passada para podermos utilizar todo o nosso potencial para avançar com o setor no mercado internacional”, explica.
O especialista ainda completa afirmando que não podemos descartar a necessidade de investimentos no setor do agronegócio, principalmente considerando os efeitos da crise dos combustíveis e dos fertilizantes para a safra do país.
Fonte: Fábio Bouças – PRESSFC