Com a alta da exportação para diversos países, o consumo interno se beneficia com a baixa dos preços e consumidor passa a consumir mais aves nas refeições
O Brasil está entre os maiores criadores de aves do planeta, os números brasileiros comparados aos internacionais são, de longe, maiores em todos os sentidos. Exemplo disso, as exportações de carne de frango (considerando produtos in natura e processados) totalizaram 420,9 mil toneladas em janeiro, alta de 20,6% ante igual período do ano anterior e um recorde para o mês, disse nesta quarta-feira a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), com firme demanda externa causada pela restrição global de oferta devido à gripe aviária.
Principal destino das exportações da carne de frango do Brasil, a China importou 60,2 mil toneladas em janeiro, número 24,7% maior do que o registrado no mesmo período de 2022, com 48,3 mil toneladas, mostraram os dados. Outros destaques foram o Japão, com 37,7 mil toneladas (+23,1%), Arábia Saudita, com 32,4 mil toneladas (+111,3%), África do Sul, com 29,5 mil toneladas (+15,7%) e União Europeia, com 21,8 mil toneladas (+20,4%).
Para Fábio Pizzamiglio, diretor da Efficienza, empresa especializada no comércio exterior, o cenário é positivo, mas ainda é necessária uma maior variação de mercado. “Podemos observar que estamos cada vez mais ampliando a nossa participação internacional quando tratamos de carnes. Assim como o Frango, também somos o principal exportador de carne bovina. Temos ainda uma dependência grande da China, mas acredito que temos a possibilidade de alcançar novos mercados e ampliar ainda mais nossa participação ainda em 2023”, afirma Pizzamiglio.
Além dos criadores comemorarem os altos índices de janeiro, o consumidor brasileiro também comemora a baixa dos preços nos distribuidores varejistas e atacadistas. De acordo com levantamento de Safras & Mercado, no atacado de São Paulo os preços dos cortes congelados de frango tiveram mudanças ao longo de janeiro. O preço do quilo do peito diminuiu de R$ 7,60 para R$ 6,80.
Enquanto isso, o quilo da coxa foi de R$ 7,50 para R$ 6,50 e o quilo da asa de R$ 11,50 para R$ 10,80. Na distribuição, o preço do quilo do peito recuou de R$ 7,80 para R$ 7,00, o quilo da coxa de R$ 7,70 para R$ 6,70 e o quilo da asa de R$ 11,75 para R$ 11,00. No atacado, o preço do quilo do peito caiu de R$ 7,70 para R$ 6,90, o quilo da coxa de R$ 7,60 para R$ 6,60 e o quilo da asa de R$ 11,60 para R$ 10,90.
“O Brasil tem importância internacional quando tratamos dos produtos da avicultura. Deste modo, os preços do mercado interno também dependem de fatores como os custos logísticos e o valor da nossa moeda perante ao dólar. Precisamos estar atentos e acompanhar a variação da moeda como um fator que pode afetar o preço do frango ainda em 2023”, completou Pizzamiglio.
O dólar tem apresentado constantes variações neste início de ano. O preço da moeda estrangeira registrou baixas constantes nas últimas semanas e agora tem operado em alta. Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (Abpa), órgão que se dedica a monitorar a criação de aves e suínos no país, cada brasileiro consome em média 45 quilogramas de carne por ano. Este número é três vezes maior do que o brasileiro consumia em 1990, 13,5 quilogramas em média. Segundo especialistas, o consumo deve continuar em crescimento nos próximos meses por conta da continuidade da queda dos preços.
Fonte: Fábio Bouças – PRESSFC