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Eventos climáticos extremos podem interferir na dinâmica de produção do milho safrinha

Entre os principais desafios enfrentados pelos agricultores brasileiros estão as frequentes mudanças climáticas, que vêm alterando substancialmente a dinâmica de produção nas lavouras nos últimos anos. Embora o milho de primeira safra tenha se beneficiado com bons índices pluviométricos, por exemplo, a safrinha já poderá sofrer com um maior espaçamento entre as chuvas, as altas temperaturas e a seca. Algumas regiões de plantio são mais suscetíveis, como São Paulo, Minas Gerais, Paraná e alguns estados do Centro-Oeste. O milho safrinha é uma das culturas de verão mais relevantes do Brasil.

Nesse cenário, dois recursos têm apresentado bons resultados: os solubilizadores de nutrientes e o inoculante Azospirillum brasilense. Esses produtos podem ser incorporados ao processo de plantio para garantir um bom desenvolvimento da cultura, além de aprimorar a capacidade da planta de absorver os nutrientes disponíveis, proporcionados pela adubação. Ainda na crescente demanda por bioinsumos agrícolas, o Bacillus aryabhattai vem ganhando destaque por ser um microrganismo que torna a planta mais resiliente aos estresses hídricos.

“Cada região tem uma janela específica para a semeadura da segunda safra de milho. No entanto, menos precipitações e temperaturas mais elevadas podem ser facilitadores para a infestação de pragas bem conhecidas pelos produtores do grão: a cigarrinha do milho (Dalbulus maidis) e a lagarta do cartucho (Spodoptera frugiperda)”, ressalta Bruno Arroyo, engenheiro agrônomo e gerente de Marketing Estratégico da Agrobiológica Sustentabilidade, empresa da holding Crop Care.

Em relação à cigarrinha do milho, ele explica ainda que, por ser um inseto vetor, não existem níveis seguros de controle para a praga. “Isso deve acender um alerta para que o agricultor planeje o manejo da cigarrinha do milho desde o início da cultura, por volta do estádio fenológico V3, e mantenha os cuidados até o pendoamento”, alerta. “Além dos enfezamentos, essa praga tem causado a fumagina, uma secreção que reduz as taxas fotossintéticas da planta e, em fases mais avançadas, pode prejudicar o enchimento da espiga e o desenvolvimento do grão”, complementa.

Normalmente, o ciclo de vida da cigarrinha do milho dura de 15 a 27 dias — dependendo das condições climáticas. No entanto, com temperaturas superiores a 26ºC, esse período pode chegar a 70 dias, aumentando o potencial de danos às lavouras e impactando a produtividade. 

Para o manejo da praga, as recomendações incluem: evitar os milhos “tiguera”, que servem de abrigo para a cigarrinha e facilitam a reprodução do inseto; o uso de armadilhas amarelas para detecção da presença do inseto na área; e utilizar a combinação de inseticidas biológicos e químicos para diminuir a resistência da praga e aumentar a eficiência do controle, principalmente em plantações onde a incidência da cigarrinha já é muito alta.

“O fungo Isaria fumosorosea é o princípio ativo mais utilizado atualmente. Contudo, para uma ação mais assertiva de prevenção e eliminação da praga, outros agentes combinados em formulações, como metabólitos, esporos e estruturas já prontas do fungo no produto, tornam a aplicação mais eficiente, e oferecem um controle mais rápido, o que é um diferencial para o produtor”, comenta Arroyo.

Esse tipo de tecnologia de formulação diferenciada, que combina metabólitos à sua composição, é chamada de Bioshock e está presente no produto Aptur, desenvolvido com exclusividade pela Agrobiológica Sustentabilidade. “Mesmo em altas temperaturas, a assertividade do produto vem se mostrando superior a outras linhas de biológicos disponíveis no mercado”, recomenda o engenheiro agrônomo.

Já a lagarta do cartucho também representa um problema sério para o cultivo de milho, tanto de primeira quanto de segunda safra. Diversas tecnologias Bt, utilizadas em híbridos de milho, foram comprometidas devido à forte pressão seletiva causada por essa praga. Nesse contexto, os bioinseticidas acabam desempenhando um papel fundamental. Um vírus, em particular, o Spodoptera frugiperda multiple nucleopolyhedrovirus (SfMNPV), tem se destacado como uma ótima estratégia de manejo.

“O produtor aplica o bioinseticida formulado com base viral nas plantas e, ao ingerirem as folhas tratadas, as lagartas são controladas e eliminadas pelo vírus. O Baculoshock, desenvolvido à base de SfMNPV pela Agrobiológica Sustentabilidade, tem registrado até 77,3% de eficácia no controle de lagartas”, finaliza Arroyo.

Fonte: Patricia Mattos

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