Especialistas defendem cultivo de OGMs para suprir carências da África
Especialistas afirmam que a decisão do Tribunal da União Europeia de classificar novas plantas criadas a partir de edição de genoma como organismos geneticamente modificados (OGMs) pode prejudicar o avanço das culturas biotecnológicas da África. Isso porque a Europa é o principal parceiro comercial dos africanos, tendo recebido cerca de US$ 16 bilhões em alimentos e importações agrícolas em 2017.
Stefan Jansson, professor de fisiologia vegetal da Universidade de Ümea, na Suécia, diz que a medida vai diminuir o incentivo a pesquisas, tanto no continente europeu quanto no africano. Para ele, o esforço desenvolvido pelos cientistas até agora não está sendo levado em consideração pelo tribunal.
“Isso mostra quão estúpido é o sistema europeu de regulação dos transgênicos. Muitos de nós tentaram mudar as coisas nos últimos 10 anos com pouco sucesso. Quando se trata de coisas assim, as pessoas ouvem organizações como o Greenpeace mais do que ouvem cientistas”, critica.
De acordo com Nigel Taylor, pesquisador do Centro de Ciência de Plantas Donald Danforth, em St. Louis, EUA, a decisão pode prejudicar países africanos em desenvolvimento que necessitam do cultivo de OGMs para suprir a carência alimentar. Além disso, ele defende que a agricultura possa se adaptar as necessidades da população mundial.
“É incrivelmente decepcionante e muito frustrante. Existe uma necessidade na África de que os pequenos agricultores garantam seu suprimento de alimentos e isso significa criar melhores colheitas. Com as mudanças climáticas e a urbanização, é importante que a agricultura possa se adaptar. A edição de genes seria uma ferramenta poderosa para conseguir isso e enfrenta um revés”, finaliza.
Fonte: Agrolinnk Por Leonardo Gottems
Crédito: Domínio Público/Pixabay