Uma análise de ecoeficiência de adjuvantes para o setor de defensivos agrícolas realizada pela consultoria de sustentabilidade Fundação Eco+ demonstrou que o éster metílico, de origem renovável, é 56% mais ecoeficiente do que o óleo mineral, que tem origem no petróleo. O insumo, produzido a partir de óleo de soja, apresentou melhor desempenho em 7 das 11 categorias de impacto ambiental avaliadas no estudo. Mas o que é o éster metílico e qual seu papel em agroquímicos?
A eficiência de produtos agrícolas depende, muitas vezes, de substâncias auxiliares que apoiam a sua formulação química. É o caso dos ésteres, derivados de óleos vegetais, que são utilizados como adjuvantes – ingredientes que ajudam na absorção, espalhamento e compatibilidade dos produtos, além de atuarem como solventes biodegradáveis. Esses adjuvantes aumentam a eficácia dos defensivos, tornando sua aplicação mais sustentável.
Para cada tipo de necessidade, o adjuvante entra como ingrediente especial, seja já incorporado à formulação do defensivo (built-in), ou adicionado diretamente no tanque de pulverização no momento da aplicação no campo (tank-mix)”, explica André Karadi, responsável pelos adjuvantes da BASF para a América do Sul. “A eficiência dos produtos agrícolas modernos e até mesmo sua ecoeficiência diante das mudanças climáticas não reside apenas em seus ingredientes ativos, mas na inteligência de suas formulações.”
A análise de ecoeficiência da Eco+ avaliou os dois produtos do berço ao portão, ou seja, desde a sua origem até ficarem prontos para distribuição. Entre os destaques, o éster metílico proporciona uma redução de 20% na pegada de carbono, e mais de 90% de diminuição no potencial de chuva ácida, na depleção de recursos fósseis e na toxicidade humana em comparação com o óleo mineral. Além disso, ao substituir o óleo mineral por éster metílico, há uma significativa redução nas emissões de CO2, equivalente à captura de carbono por milhares de árvores.
O estudo foi realizado com o insumo produzido na fábrica da BASF em Jacareí, interior de São Paulo, baseado em normas ISO e verificado por entidades independentes. “Isso confere robustez aos achados e serve como um guia valioso para a tomada de decisões estratégicas na indústria agroquímica, incentivando a produção local e a inovação em sustentabilidade”, considera Karadi. É também um produto que fecha a circularidade da cadeia, pois tem origem na soja e pode ser aplicado no cultivo da soja.
Adjuvantes ésteres de origem vegetal desempenham um papel fundamental na otimização das formulações de defensivos agrícolas, especialmente em situações em que os ingredientes ativos apresentam baixa solubilidade em água, como ocorre com muitos herbicidas seletivos. Esses adjuvantes facilitam a absorção e a penetração dos ingredientes ativos nas plantas, potencializando a eficiência dos defensivos e permitindo melhores resultados com doses menores. Além disso, sua base vegetal, alta biodegradabilidade e baixa pegada de carbono reforçam o compromisso com práticas agrícolas mais sustentáveis, sem a necessidade de rótulos de segurança adicionais.
Esses benefícios são comprovados por testes robustos, que atestam tanto a eficácia quanto a segurança dessas soluções, incluindo a ausência de fitotoxicidade. Dessa forma, os adjuvantes de base vegetal contribuem para uma agricultura mais eficiente, sustentável e alinhada às demandas ambientais atuais.
“Com esse portfólio, estamos fornecendo soluções que não apenas aprimoram a eficácia dos defensivos agrícolas, mas também promovem a sustentabilidade em toda a cadeia de valor”, considera Karadi. A ênfase em produtos de base vegetal, biodegradáveis e com baixa pegada de carbono, aliada à melhoria comprovada do desempenho agronômico, posiciona esses ésteres e amidas como componentes essenciais para uma agricultura mais eficiente e ambientalmente responsável. Com inovação, responsabilidade e ciência, a agricultura pode avançar rumo a um futuro mais sustentável.
Fonte: Maquina Cohn Wolfe <ligia.cerdeira