Um estudo publicado recentemente mostrou que a identificação eletrônica (IE) reduziu em 32,31% o tempo de manejo em bovinos de corte quando comparada com a marcação a fogo (MF). A pesquisa foi realizada por Bianca A. B. Pereira, para a conclusão do curso de Zootecnia da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Os dados foram apurados com 22 bovinos Nelore, na Fazenda Experimental Capim Branco, da UFU, a partir de identificadores da marca Allflex, da MSD Saúde Animal.
Os animais foram divididos em dois lotes, compostos por 11 bovinos cada, para que o tempo de manejo fosse medido a partir dos tratamentos com IE e MF. O tempo de pesagem foi registrado semanalmente, durante 11 semanas. Ao final, verificou-se que o tempo de manejo dos animais foi reduzido com o uso da IE, que teve média 7,4318 minutos, enquanto o método de MF apresentou média 10,9790 minutos.
Como conclusão, o estudo detalha que a identificação eletrônica é uma ferramenta eficiente para reduzir o tempo de manejo, otimizar mão de obra, minimizar riscos de acidentes e melhorar o bem-estar animal.
O avanço da tecnologia no campo
A pecuária de precisão está transformando a produção animal, tornando-a mais eficiente, sustentável e lucrativa. O uso de tecnologias a campo, como a identificação eletrônica, permite que os produtores tomem decisões mais assertivas e gerenciem seus rebanhos de forma individualizada.
O identificador eletrônico da Alllfex possui a tecnologia de Radio Frequency Identification (RFID), que utiliza dispositivos eletrônicos com um chip e um número de identificação único, que pode ser lido por antenas fixas (em cochos, bebedouros ou portões) ou por bastões de leitura portáteis. O uso dos identificadores eletrônicos permite coletar e registrar dados, bem como o histórico de vida dos animais, desde o nascimento até o abate.
Ao individualizar os animais, com o armazenamento de informações como histórico de vacinação, tratamentos, peso e desempenho reprodutivo, o uso da identificação eletrônica traz um olhar mais assertivo para dentro da fazenda, permitindo o reconhecimento dos animais menos produtivos e a tomada de decisões estratégicas sobre seleção e manejo do rebanho. Ainda, a individualização animal por meio da identificação permite a obtenção de um histórico completo e realista, garantindo a qualidade e segurança do produto final, além de atender às exigências do mercado exportador, abrindo novas possibilidades de negócios.
Para Laura Villarreal, diretora da unidade de negócio de Ruminantes da MSD Saúde Animal, a integração de tecnologias, como a identificação eletrônica, com a análise de dados e a automação continuará a impulsionar a eficiência e a sustentabilidade no setor. “A tendência é que a pecuária cada vez mais tome decisões baseadas em dados, garantindo um futuro mais promissor para produtores e consumidores. Afinal, a melhoria na gestão das informações favorece a segurança e a confiabilidade das operações. Sem contar que a IE reduz a necessidade de intervenção manual, liberando trabalhadores para outras atividades.”
Ainda segundo Laura, é fundamental implementar a IE como prática padrão na pecuária de corte para aumentar a eficiência produtiva e garantir o bem-estar animal.
Fonte: Thaís Campos