33.6 C
Jatai
InícioNotíciasCategoria GeralEstudo aponta que biotecnologia pode gerar ganhos extras de R$ 1,8 bi...

Estudo aponta que biotecnologia pode gerar ganhos extras de R$ 1,8 bi por safra no etanol

Dados recentes indicam que a biotecnologia tem ampliado os ganhos da produção de etanol no Brasil. Levantamento da Lallemand Biofuels & Distilled Spirits (LBDS) mostra que em pouco mais de uma década, a engenharia genética elevou em 1.300% as margens de ganhos no processamento de milho para etanol: de R$ 4 por tonelada, em 2012, para R$ 56 por tonelada, em 2024.

A projeção é de que a tecnologia possa acrescentar entre 340 e 680 milhões de litros de etanol por safra. Em termos financeiros, o ganho equivale a uma receita adicional entre R$ 900 milhões e R$ 1,8 bilhão, consolidando o setor como peça central na transição energética e na bioeconomia.

No caso do etanol de milho, os ganhos já começam a aparecer no chão de fábrica. As usinas que adotam leveduras da última geração elevam a produção de 410 para 431 litros por tonelada processada. Também aumentam o rendimento de óleo de 12 para 18 quilos por tonelada. Para uma planta com capacidade de moagem de 2 mil toneladas por dia, isso representa R$ 39 milhões a mais por ano em lucratividade.

Além do incremento em etanol e óleo, há redução de custos com insumos como enzimas e ureia, gerando uma economia adicional de cerca de R$ 10 milhões anuais.

As novas leveduras disponíveis no mercado são capazes de converter os chamados “açúcares invisíveis”, como dextrinas e oligossacarídeos, que não são metabolizados pelas leveduras convencionais, em glicose, que pode ser fermentada. Na prática, esse aproveitamento reduz desperdícios e aumenta o rendimento sem necessidade de ampliar a área plantada.

Os dados apresentados indicam que, com a biotecnologia, é possível reduzir em até 35% a produção de glicerol e em 20% a geração de biomassa. Essa alteração no balanço metabólico resulta em até 1,5% a mais de etanol produzido, sem aumento no uso de matéria-prima, sem novos investimentos em infraestrutura (CAPEX) e sem elevação de custos operacionais (OPEX).

Em um caso de referência, o uso de leveduras otimizadas acrescentou 910 litros de etanol por dia, o que significou R$ 237 mil adicionais em uma safra. O exemplo mostra como pequenos ganhos percentuais podem se transformar em grandes margens quando aplicados em escala industrial.

A inovação chega em um momento estratégico para o setor. Projeções internacionais indicam que, até 2030, entre 20% e 30% da demanda mundial por combustível sustentável de aviação (SAF) será atendida a partir do etanol, o equivalente a 9 a 12 bilhões de litros.

Paralelamente, o etanol também ganha espaço na indústria química verde. O bioetileno produzido a partir da matéria-prima já é realidade em mais de dez plantas industriais no mundo, servindo como base para plásticos e compostos renováveis.

Em 2024, o Brasil produziu cerca de 37 bilhões de litros de etanol, sendo 29 bilhões de cana e 8 bilhões de milho. Segundo especialistas, apenas a otimização dos processos atuais já poderia ampliar significativamente a produção, sem expansão de fronteiras agrícolas.

Para Fernanda Firmino, vice-presidente da LBDS na América do Sul, os ganhos devem ser entendidos como parte de uma estratégia de longo prazo. “As usinas não precisam de mais terra ou insumos para crescer. A biotecnologia permite aproveitar melhor o que já está disponível, aumentando margens e reduzindo impactos ambientais”, afirmou.

Fonte: Corporate Relações Públicas

spot_img

Últimas Publicações

ACOMPANHE NAS REDES SOCIAIS