O avanço do HLB (Greening), a oscilação nos preços e o impacto das variações climáticas tornam 2025 um ano desafiador para a citricultura no Brasil. A avaliação é de Wagner Suavinha, especialista agronômico da Netafim, empresa líder global em irrigação por gotejamento, que acompanha de perto o desempenho dos pomares no principal cinturão citrícola do país.
“Mesmo com a redução nas capturas do psilídeo, o número de plantas infectadas pelo HLB continua crescendo. O produtor hoje precisa tomar decisões técnicas importantes para manter a viabilidade da lavoura”, afirma Suavinha. Segundo ele, a irrigação — especialmente a por gotejamento associada à fertirrigação — tem se mostrado uma das principais ferramentas para mitigar os impactos da doença e das condições adversas do clima.
Pacote tecnológico para pomares infectados
Para produtores que optam por conduzir pomares já afetados pelo HLB, o especialista recomenda a adoção de um pacote tecnológico robusto. “A irrigação entra nesse pacote como ferramenta essencial para reduzir os estresses abióticos, oferecendo água e nutrientes na medida certa e contribuindo para uma menor severidade da doença e maior produtividade”, explica.
Renovação de pomares e novas fronteiras citrícolas
Nos casos em que há necessidade de renovação dos pomares, seja pela alta incidência da doença ou pela escolha de novas áreas, a irrigação tem papel estratégico. “Em regiões onde o HLB é mais agressivo, um pomar vigoroso e com desenvolvimento acelerado tem maior resiliência à infecção. E nas novas fronteiras citrícolas — muitas delas em regiões com menor índice pluviométrico — a irrigação se torna uma exigência técnica para o sucesso da cultura”, destaca Suavinha.
Florescimento precoce e seca pós-floral
A antecipação do florescimento em junho, provocada por chuvas fora do padrão, também exige atenção técnica. “Após esse florescimento precoce, as chuvas cessaram, o que é típico da estação. Isso torna a irrigação ainda mais importante para garantir o pegamento dos frutos e evitar quedas por estresses térmicos previstos para setembro e outubro”, alerta.
Mercado ajustado e pressão por eficiência
No mercado, os preços da laranja caíram em relação ao último ano — um movimento natural de ajuste após uma temporada marcada por valores inflacionados. “Apesar da queda, os estoques globais ainda são baixos e a safra atual está dentro da média histórica, o que pode provocar alguma recuperação nos preços”, avalia.
Neste cenário, reduzir o custo por caixa se torna um diferencial competitivo. “Com a irrigação, é possível antecipar a primeira colheita, aumentar a produtividade por hectare e, assim, diluir os custos de produção”, explica o especialista.
Capilaridade técnica no campo
Além da tecnologia, a rede de suporte técnico tem sido fundamental para a adoção crescente da irrigação na citricultura. A Netafim mantém parcerias com distribuidores em todo o território nacional, o que garante atendimento ágil, assistência personalizada e proximidade com o produtor. “É essa capilaridade que permite levar conhecimento e soluções sob medida para diferentes realidades de cultivo”, finaliza Suavinha.
Fonte: Mariana Cremasco