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Entenda o que é necessário para exportar alimentos para o país sede da Copa

Produtos devem contar com a certificação Halal, um selo mundial de qualidade que atesta que aquele produto respeita as exigências da religião islâmica

 A FAMBRAS Halal – primeira certificadora Halal do Brasil – é a responsável por certificar as plantas de 99% dos exportadores de carne bovina que atendem os países islâmicos, incluindo o Catar. Na prática, isso significa que cabe à certificadora brasileira atestar que todo o procedimento que culmina com a exportação, desde o abate do animal, segue rigorosamente os preceitos da religião islâmica – uma exigência de todos os países islâmicos.

De acordo com dados da Apex – Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos – os exportadores brasileiros têm apenas 0,8% de participação no mercado catariano. A participação mais elevada é justamente das carnes bovinas e de aves, que juntas representam 55,5% do montante exportado.

A agência diz, ainda, que “há 142 produtos brasileiros com oportunidades de exportação para o país, incluindo açúcar, café, feijão e frutas”. “Mas para viabilizar essas exportações, os produtores de alimentos e industriais brasileiros precisam passar por um processo indispensável: a certificação Halal”, resume o presidente da FAMBRAS Halal, Mohamed Zoghbi.

O que é Halal –  São considerados Halal todos os produtos permitidos para o consumo dos muçulmanos segundo os preceitos da religião islâmica. São itens que, após um processo rigoroso de certificação – com base também em normas internacionais de segurança e qualidade – comprovaram não conter nem no processo fabril e nem na matéria-prima utilizada nada que coloque em risco a saúde e o bem-estar das pessoas e dos animais ou que prejudique o meio ambiente ou se utilize de mão de obra inadequada no processo fabril, entre outras características.

Para obter a certificação Halal, um produto precisa seguir algumas etapas. Primeiramente, a indústria passa por um processo de avaliação documental, seguido por auditorias e ensaios laboratoriais. Durante estes três processos, são verificadas as matérias-primas utilizadas na fabricação do produto e o processo produtivo. Algumas matérias-primas e insumos não são permitidos pela lei islâmica como, por exemplo, os derivados do porco e bebidas alcoólicas.

Além disso, os auditores verificam se todas as informações são apresentadas de forma transparente e, caso o produto envolva o uso de proteína animal, também o abate precisa seguir procedimentos específicos. “É igualmente importante para obter a certificação Halal o fato de a empresa destinar parte de seus lucros para promover benefícios sociais e ao meio ambiente”, completa Zoghbi.

Passadas estas etapas, um Comitê de Decisão avalia todas as informações coletadas e as analisa com bastante rigor. Servem de base, além da legislação nacional, as principais normas nacionais e internacionais referentes ao Halal e segurança de produto. Só após a aprovação do Comitê é que o certificado é emitido.

“Por serem considerados éticos e seguros, os produtos Halal deixaram se ser procurados apenas por muçulmanos – um mercado de quase 2 bilhões de pessoas – mas por todos os que praticam o consumo consciente”, defende Zoghbi. A estimativa é de que esse mercado deve movimentar em torno de US$ 5,74 trilhões até 2024, de acordo com dados do State of the Global Islamic Economy.

Fonte:  Cristina Thomaz

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