Boas práticas sociais e de governança reforçam compromisso com a agenda ESG e são exigências do mercado
A aceleração do agronegócio brasileiro na adesão à agenda ESG – sigla, em inglês, que se refere às responsabilidades ambientais, sociais e de governança – confirma que o setor está atento para se adaptar às exigências do mercado e nos bons resultados, inclusive econômicos, trazidos pelas medidas. É um caminho transformador e irreversível, porém nem sempre fácil de ser trilhado.
Um dos maiores desafios é a governança – um dos pilares do ESG –, apontado por especialistas como o segundo principal gargalo do setor, ficando atrás somente da infraestrutura do país. Tendo como base as práticas relacionadas administração, gestão e compliance do negócio, a governança tem como objetivo garantir a elaboração de uma empresa transparente, inclusiva, justa e com ambiente saudável de trabalho. Uma forma de aplicar, na prática, parte desses objetivos, é promover o empreendedorismo e a inclusão de profissionais nas relações comerciais do agronegócio.
É o que acontece na Produce, empresa que inovou ao levar, para o agro, a comercialização de sementes e outros insumos agropecuários por venda direta, semelhante ao “porta a porta” operado por empresas de cosméticos. O modelo de negócio, comum em outros setores, tem como estratégia promover a inclusão de produtores rurais e profissionais liberais nas relações comerciais do agronegócio, oferecendo o portfólio de produtos para vizinhos e conhecidos.
A dobradinha trabalho e renda extra foi levado para o agro por Guilherme Trotta, que há quatro anos trocou a atuação em grandes empresas do centro do país para apostar na Produce, com sede em Chapecó, no Oeste de Santa Catarina. “É uma forma de empreendedorismo social no campo, aliando o social com a governança no nosso meio. Apostamos no relacionamento entre as pessoas porque identificamos que o produtor rural prefere ser atendido por uma pessoa que ele conhece e confia, para decidir os produtos que serão utilizados na propriedade. A aceitação está sendo extremamente positiva”, afirma o diretor executivo e cofundador.
A ideia deu certo e vem rendendo bons frutos. Atualmente, um verdadeiro exército, com mais de 6 mil consultores, está espalhado de Norte a Sul do país, atuando na comercialização do portfólio da Produce e na assistência ao produtor rural. “A Produce é a porta de entrada, ser nosso consultor é uma oportunidade para quem quer trabalhar no agro, mas não sabe como começar, não é agrônomo ou não conhece o mercado. Também é uma forma de os producers (como são chamados os consultores) adquirirem independência financeira”, afirma Trotta, profissional com quase três décadas de experiência na área comercial e sólida carreira em companhias nacionais e multinacionais.
A preocupação com a pauta ESG também contemplou, no ano passado, a criação da Uniproduce, uma “Universidade do Agro” que conta com diferentes especialistas para transmitir conhecimento aos consultores. Os ensinamentos incluem temas de interesses variados, como matemática financeira, melhores práticas nas lavouras, inovação e tecnologias de orientação para o produtor. “A colaboração social está no nosso DNA. Acreditamos que esses tipos de investimentos levam ao desenvolvimento social, incentivam o empreendedorismo e têm reflexos na governança das propriedades e na vida do produtor, pois além de saber o que deve fazer hoje, ele precisa estar preparado para o amanhã”, pondera Trotta.
Criada em 2019, a Produce é uma empresa de capital aberto, com investidores nacionais e estrangeiros de diferentes áreas do mercado. No ano passado, recebeu um aporte de investimentos de R$ 100 milhões captados de um family office – fundo formado por famílias de alto poder aquisitivo para investimentos no mercado, especialmente em inovação e tecnologia, consolidando o projeto de expansão da Produce no cenário nacional.
Fonte: AgroUrbano Comunicação