Novo curso de extensão vai capacitar empreendedores que trabalham com produtos da sociobiodiversidade
Promovido pelo AsSsAN Círculo, o curso está com as inscrições abertas até o dia 25 de agosto. Iniciativas poderão ser acolhidas pelas incubadoras da UFRGS para se consolidar no mercado
Um curso de extensão inédito está sendo criado para capacitar os participantes no desenvolvimento de novas iniciativas empreendedoras a partir do uso sustentável da sociobiodiversidade. A ideia é fortalecer futuras iniciativas inovadoras, as já existentes e aproximar as experiências empreendedoras, as redes promotoras da sociobiodiversidade e as Incubadoras da UFRGS. As inscrições estão abertas e vão até o dia 25 de agosto, por meio do site do AsSsAN Círculo (www.ufrgs.br/
“Sociobiodiversidade e Empreendedorismo para a sustentabilidade do cotidiano” é o nome do curso, que incentiva a inscrição de todos, o pré-requisito é ter interesse em empreender a partir do uso sustentável da sociobiodiversidade com iniciativas diversas relacionadas à alimentação, cosmética, tinturaria, artesanato, fibras, fios, tecelagem, entre muitos outros. A finalidade é promover as cadeias produtivas sustentáveis.
A coordenadora do Círculo de Referência em Agroecologia, Sociobiodiversidade, Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (AsSsAN Círculo), Gabriela Coelho, explica que o curso nasce da ideia de promover a relação da produção e do manejo dos ecossistemas naturais, que passa pela organização das propriedades, do trabalho da mulher e do jovem, que muitas vezes não é a centralidade do negócio, mas serve de alternativa de renda no momento da safra, como por exemplo a coleta e o beneficiamento da guabiroba, cuja polpa pode ser utilizada para sorvetes, molhos, preparos da alta gastronomia, entre outros. “Além das cadeias relacionadas à alimentação, a gente pode pensar na higiene, com a cosmética natural que trabalha com hidrolatos e sabonetes artesanais. Já na cadeia do vestuário, podemos trabalhar com produção e tintura mais sustentáveis”, exemplifica.
Segundo a professora, a principal motivação é criar conexões entre essas cadeias e levar ao consumidor a necessidade de repensar os seus hábitos. “E isso está conectado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030. O 12º objetivo é o Consumo Consciente, porque grande parte da população vive nos centros urbanos e desconectada com esses processos produtivos e, principalmente, com os impactos positivos que isso gera”, complementa Gabriela Coelho.
Negócios inovadores poderão receber mentorias e apoio de incubadoras da UFRGS
Podem se candidatar ao curso pessoas que já tenham uma iniciativa em andamento ou apenas uma ideia, mas que tenham intenção de empreender. Ao longo dos três meses de aprendizado serão organizadas equipes para desenvolver essas iniciativas, buscando conexões com as redes parceiras. O curso será finalizado com a apresentação dos projetos para uma banca julgadora, que vai selecionar três propostas para um processo de mentoria de aprimoramento do plano de negócios. As iniciativas também contam com a possibilidade de trabalhar com as incubadoras da UFRGS ou de instituições parceiras. Inclusive, a Incubadora Germina vai estar com editais abertos para abrigar o processo de pré-incubação de diferentes empreendimentos e as iniciativas desenvolvidas pelo curso podem ser excelentes candidatas.
A gestora de projetos e serviços do ZENIT Parque Científico e Tecnológico da UFRGS, Ana Paula Matei, disse que um dos objetivos do parque é conectar a universidade e a sociedade na promoção de novas iniciativas empreendedoras, estimulando a criação desses novos negócios. “Isso ocorre desde o pensar o empreendimento até realizar essa capacitação e acolhê-los dentro das incubadoras, para que eles possam se consolidar no mercado. No Parque ZENIT, nós temos uma rede de incubadoras tecnológicas e a Germina é uma das nossas incubadoras multisetoriais, também focada em negócios inovadores do ponto de vista social e ambiental. Esse também é um dos nossos papeis, fazer essa conexão com os demais atores de um ecossistema de inovação”, explicou.
Conforme o coordenador acadêmico da Incubadora Multissetorial Germina – Campus Litoral Norte da UFRGS, professor Matheus Dhein Dill, será oferecido um módulo dentro do curso, que vai auxiliar no desenvolvimento dos negócios. “A gente vai utilizar a metodologia Business Model Canvas, processo de modelagem de negócio no qual se procura tirar a ideia da cabeça e colocar no papel. Essa modelagem consiste na elaboração de maneira bem simplificada de como vai funcionar o negócio e de uma forma que seja possível avaliar, em apenas uma folha de papel, se o negócio tem condições de dar certo ou não”, ressaltou. Ele explica, que dentro da perspectiva de desenvolvimento do negócio, serão trabalhadas as nove etapas da modelagem e a criação da empresa, em quatro eixos: a identificação do público alvo, que seria a pergunta, “para quem?”; a proposta de valor, “o que?”; os recursos e atividades chaves, “como?” e a viabilidade do negócio, “quanto?”. “Já as nove etapas formam a contextualização do empreendimento, a forma como o negócio vai operar e como ele vai gerar valor para o mercado”, detalhou Dill.
Além das incubadoras, o AsSsAN Círculo conta com outras importantes parcerias para a realização do curso, como o projeto UFRGS Sustentável, e o apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
SERVIÇO
O que? curso de extensão “Sociobiodiversidade e Empreendedorismo para a sustentabilidade do cotidiano”
Quando? inscrições até o dia 25 de agosto
Como? site do AsSsAN Círculo, link: encurtador.com.br/msU16
Outras informações: www.ufrgs.br/
Fonte: Silvana Granja