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Embrapa usa simplicidade para melhorar saneamento rural

Os dados oficiais sobre saneamento rural não são animadores. Em 2019, 22 milhões de pessoas não dispunham de coleta e tratamento de esgoto no Brasil rural, de acordo com o Programa Nacional de Saneamento Rural (PNSR). O tamanho do problema é inversamente proporcional à simplicidade das soluções selecionadas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para a exposição no Famato Embrapa Show.

Em uma bancada com maquetes simplificadas, alguns folders, um tablet na mão e canos em formato de T, Carlos Renato Marmo, pesquisador da Embrapa Instrumentação, explica didaticamente como colocar em prática a fossa séptica, o jardim filtrante e o clorador de água. Bastam 30 minutos de conversa para que os mecanismos sejam compreendidos.

“São soluções fáceis, simples, que podem ser implementadas tendo o site da Embrapa para orientar. Usamos materiais básicos, como tubos e conexões para simplificarmos ao máximo a estrutura”, observa Marmo.

Uma delas é a fossa séptica, que trata o esgoto produzido pelo vaso sanitário no domicílio rural – tecnicamente chamado de “água negra”. Consiste em um sistema formado por três caixas d’água de 1.000 litros interligadas, tubos, conexões e um importante componente: fezes bovinas frescas.

“Não usamos produtos químicos: é um processo biológico de tratamento pelo qual as bactérias das fezes bovinas fermentam os dejetos, reduzindo odores e o material sólido em até 95%”, esclarece o pesquisador.

Ao fim do processo, resulta um líquido que se torna biofertilizante. “Que pode ser reaproveitado pelo produtor para fornecer macronutrientes como nitrogênio, fósforo e potássio para plantas, pomares e pasto”, afirma Marmo.

Para implementar a fossa séptica em sua propriedade, é preciso investir aproximadamente R$ 2 mil com os materiais. O manual com o passo a passo para a instalação e orientações técnicas são acessíveis ao público de forma gratuita no site da Embrapa.

Já o jardim filtrante é trata a “água cinza”, originada em pias, tanques e chuveiros, ricos em sabões, detergentes, restos de alimentos e gorduras. A solução se assemelha a um lago, composto por camadas de mantas de material sintético e feltro, além de pedras, areia e água.

Plantas aquáticas como papiros, lírios do brejo, taboas e orquídeas bambu completam a estrutura. Microrganismos como bactérias, algas e protozoários que se desenvolvem nesse ambiente farão a depuração da “água cinza”. O líquido resultado pode ser reutilizado para irrigação ou limpeza de ambientes.

Em um formato de T, simples canos e conexões se transformam no clorador de água. O objetivo é tratar a água da caixa d’água da residência a um investimento estimado em R$ 50,00 a R$ 60,00.

Confirmando que ciência boa não precisa ser, necessariamente, complexa, o kit de tecnologias ambientais que a Embrapa trouxe para o Famato Embrapa Show pode ser acessado pelo site https://www.embrapa.br/tema-saneamento-basico-rural.

Fonte: Embrapa Agrossilvipastoril

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