A Embrapa Meio Ambiente vai participar da Anufood Brazil 2022, feira internacional focada no setor de alimentos e bebidas, apresentando três tecnologias sustentáveis – produção integrada de morango, produção de mel e polinização de culturas na agricultura pelas abelhas nativas. A feira será realizada no São Paulo Expo, em São Paulo, de 12 a 14 de abril, e contará com a participação de expositores de mais de 13 países.
Meliponicultura – produção de mel e polinização de diversas espécies de culturas é uma grande contribuição das abelhas nativas sem ferrão para a agricultura brasileira. Para fabricar o mel, as abelhas colhem néctar nas flores e, assim, de flor em flor, elas polinizam as plantas. São importantes polinizadores para a manutenção das florestas, para a cultura do morango, maçã, açaí, café e dezenas de outros cultivos. As abelhas, com outros animais polinizadores, são responsáveis por 1/3 dos alimentos que comemos.
Já o mel produzido pelas abelhas nativas vem conquistando cada vez mais o paladar dos brasileiros a chamando a atenção até da alta gastronomia. Sabores inusitados e variações regionais tornam o ingrediente diferenciado. Sua fabricação fortalece os pequenos produtores e está diretamente relacionada à sustentabilidade e à conservação do meio ambiente.
O Brasil tem cerca de 240 espécies conhecidas de abelhas-sem-ferrão e referência mundial nas tecnologias de criação e manejo desses insetos. São abelhas sociais, muitas endêmicas do país, geralmente dóceis e podem produzir muito mel. Cada mel é único, pois cada espécie de abelha possui sua técnica para armazená-lo em potes feitos com uma mistura de cera e própolis. Com o passar do tempo, os aromas desses “barris” vão passando para o mel e modificando seu sabor.
Podem ser criadas em grande escala e transportadas para as plantações, onde aumentam a produtividade e qualidade dos frutos. A Embrapa Meio Ambiente investe no desenvolvimento de tecnologias para criação e uso sustentável das abelhas-sem-ferrão. Seu objetivo é gerar renda a partir da biodiversidade brasileira de abelhas e aumentar a produtividade dos cultivos dependentes delas para polinização.
Produção Integrada de Morango – o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) coordena nacionalmente o Programa de Produção Integrada Agropecuária (PI Brasil), focado na adequação de sistemas produtivos para geração de alimentos de alta qualidade. O Programa Produção Integrada de Morango teve início ainda no ano de 2006, coordenado pela Embrapa Meio Ambiente.
A Staw Agricultura, de propriedade de Ingrid Souza, possui o Selo Brasil Certificado desde 2019, o primeiro morango do estado do Paraná a receber esse selo pela adoção da produção integrada de morango (PIMo).
Recentemente também recebeu o Certificado de Conformidade Orgânica para produção de morango in natura, morango congelado e morango liofilizado, pela Ecocert Brasil Certificado.
Ingrid conta que o que a motivou a buscar as certificações foi a grande visibilidade e aceitação dos produtos. “Sempre procuramos produzir da maneira mais natural possível. Os dois selos têm várias exigências em comum, com grau alto de dificuldade para obtenção”.
A produtora destaca que as vantagens de ambos os selos é que eles garantem que o produto final tenha uma qualidade ótima. “Todas as exigências tanto da produção integrada quanto da produção orgânica fazem com que nós produtores busquemos sempre melhorias e tecnologias que ajudem em todo o processo produtivo, processamento e armazenamento, agregando, assim, valor ao produto final”. Ingrid enfatiza que “devido às exigências das certificações, nosso produto tem uma qualidade superior, chamando a atenção de clientes que buscam pela segurança e rastreabilidade do morango”.
Atualmente, a Staw oferece morango in natura, liofilizado e congelado. “O morango liofilizado ainda é pouco conhecido pelo público, mas estamos com um planejamento de ‘marketing’ para ajudar na divulgação dos benefícios nutricionais proporcionados por ele. Acredito que quando as pessoas souberem que se trata um alimento saudável, o consumo irá aumentar muito”.
Fonte: Embrapa Meio Ambiente