Com forte participação no PIB e líder global em mercados como soja, suco de laranja, açúcar, carne bovina e de frango, o agronegócio brasileiro é protagonista e reconhecido no mundo todo por sua pujança. No quesito sustentabilidade, a produção agrícola nacional também é referência, sendo responsável pela preservação de 26% do território nacional, um total de 218 milhões de hectares.
Além disso, o país é pioneiro na produção de embalagens recicladas para defensivos agrícolas, o que o transformou em exemplo global. “Os resíduos de defensivos químicos, bem como suas embalagens, são nocivas ao meio ambiente quando descartadas de maneira incorreta. Por isso, o trabalho de reciclagem dessas embalagens é tão importante. Além disso, reciclar evita a extração de novos recursos naturais e a degradação do meio ambiente”, comenta Marcelo Okamura, presidente da Campo Limpo, empresa do interior de São Paulo que já produziu mais de 100 milhões de embalagens recicladas para defensivos agrícolas, desde 2008.
Para Luiz Carlos Pizato, coordenador de Pesquisa, Desenvolvimento e Transferência de Tecnologia da Ourofino Agrociência, empresa que compra embalagens recicladas da Campo Limpo desde 2014, a aquisição desse produto reforça o compromisso com a sustentabilidade. “Adotar embalagens recicladas demonstra a seriedade e a responsabilidade ambiental perante o mercado e os consumidores. Mais do que atender às exigências regulatórias, essa escolha reflete nosso compromisso com práticas sustentáveis, agregando valor à nossa marca e fortalecendo nossa reputação junto a clientes, parceiros e à sociedade”, explica.
Ainda segundo Pizato, o fato de o Brasil ser pioneiro na iniciativa de reciclar embalagens de defensivos agrícolas é um grande diferencial do país. “É motivo de orgulho para o setor agroquímico. Além de elevar o padrão ambiental do agronegócio brasileiro, tornando-o referência em boas práticas, a existência de uma indústria como a Campo Limpo fortalece e assegura a sustentabilidade da cadeia produtiva”.
Desde 2002, no Brasil, já foram retiradas do meio ambiente mais de 800 mil toneladas de embalagens de defensivos agrícolas, evitando a emissão de mais de 900 mil toneladas de gases do efeito estufa. Depois do uso, o produtor rural é obrigado por lei a entregar a embalagem de defensivo agrícola vazia em um centro de recebimento do Sistema Campo Limpo. Então, tudo é levado para as recicladoras, que fazem a reciclagem, permitindo que essa embalagem volte para o mercado, como uma nova unidade.
Fechando o ciclo da economia circular
Cerca de 82 bilhões de toneladas de matéria-prima são inseridas no sistema produtivo mundial a cada ano, segundo dados do relatório da organização Ellen MacArthur Foundation, que estuda e estimula a adoção da economia circular. “Os resíduos que não recebem novos usos se acumulam exponencialmente, gerando mais lixo e a exploração sucessiva de novos recursos naturais. A reciclagem é fundamental também quando pensamos neste aspecto”, finaliza o presidente da Campo Limpo.
Nas indústrias da Campo Limpo em Taubaté (SP) e Ribeirão Preto (SP), o ciclo da economia circular se inicia e se encerra, já que nessas indústrias as embalagens vazias são recicladas e em seguida, transformadas em novas unidades prontas para voltarem ao mercado.
Campo Limpo Plásticos
Fundada em 2008, Campo Limpo Reciclagem e Transformação de Plásticos S.A. atua como um centro de desenvolvimento de novas tecnologias voltadas para reciclagem e produz embalagens plásticas para envase de defensivos agrícolas a partir da resina reciclada pós-consumo agrícola. Esse processo é proprietário, conta com certificação UN para transporte terrestre e marítimo de produtos perigosos e recebeu uma patente verde pelo INPI.
O trabalho é executado a partir da reciclagem das embalagens vazias devolvidas pelos agricultores após tríplice lavagem ao Sistema Campo Limpo. Assim, encerra-se o ciclo da economia circular dessas embalagens dentro do próprio setor.
Fonte: Gustavo Sousa