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E-ctare cria projeto ESG no sertão de Alagoas para terras improdutivas e degradadas

O projeto E-ctare Recupera visa a plantação de milho consorciado, em parceria com produtores familiares do sertão do Nordeste. O milho será transformado em silagem e posteriormente em dieta total, alimento para vacas leiteiras no período de seca onde não há pastagem disponível

A E-ctare, uma fintech voltada para o agronegócio brasileiro e que foi uma das primeiras participantes do hub de inovação Alfa Collab a receber um investimento, criou um projeto com pilares ESG. Marcell Salgado, CEO da startup, disse:

“Há mais de um ano, nossas operações de antecipação em Alagoas auxiliavam uma cooperativa (CPLA) e seus produtores participantes do Programa do Leite, garantido o recebimento semanal. Com a construção de uma nova UBL (unidade de beneficiamento de leite) pela CPLA, seria necessário todo o desenvolvimento da bacia leiteira para elevar a produção regional de 50 para 300 mil litros de leite por dia. Nos engajamos nesse desafio e criamos linhas de crédito para os produtores de leite aumentarem seu rebanho e crédito para infra estrutura. Porém não adiantaria nada se os animais não tivessem o que comer durante a seca. Veio daí a ideia do projeto Recupera que visava transformar as terras de ‘Capoeira’ em grandes plantações de milho usando tecnologia e inovação”.

Através do plantio consorciado de milho com capim, o projeto denominado E-ctare Recupera além de promover a transformação de áreas degradadas em produtivas, ainda renova as pastagens que protegem o solo e adiciona mais carbono ao solo, pilar ambiental do projeto ESG.

Os outros pilares ESG do projeto consistem em melhorar a renda dos produtores do sertão e levar mais informação e governança ao processo de crédito e a produção agrícola. “Não damos o peixe e sim a vara para o produtor pescar”, afirma o CEO da E-ctare.

Segundo Salgado, nenhum produtor havia atingido resultado tão expressivo quanto aqueles que participaram do E-ctare Recupera, pois agregou cerca de R$ 600 reais por hectare, líquido no bolso do produtor que não tinha acesso a crédito, isso sem burocracia e sem risco financeiro.

Fernando Alvarenga, diretor do conselho E-ctare, comenta que “para um produtor com uma área extremamente desvalorizada no sertão de Alagoas, onde um hectare está avaliado em aproximadamente R$ 3 mil, seria como aplicar a terra em um banco. O produtor conseguiu um rendimento de 20% do valor da terra, em 6 meses, com a nova receita trazida pelo E-ctare Recupera”.

Já Francisco Perez, diretor de Novos Negócios, responsável pelo Hub de Inovação Alfa Collab e pela Área de ESG do Alfa, pontua que o foco da E-ctare em implementar projetos que transformam e impactam positivamente os produtores rural foi um dos principais motivos que motivou o convite para que a empresa integrasse no Alfa Collab, programa de inovação aberta do Conglomerado Alfa, e para o investimento que o Alfa realizou na E-ctare. “O projeto E-ctare Recupera exemplifica muito bem a atuação do Alfa, que tem como estratégia pautar suas parcerias e ações em linha com as diretrizes ESG”, completa Perez.

As plantações de milho serão transformadas em silagem, a qual ainda receberá uma mistura de ração, transformando-a em uma dieta total para as vacas leiteiras se alimentarem no período da seca. O volume produzido pelo projeto, de cerca de 60 mil toneladas de comida, irá representar 25% de toda a demanda de Alagoas no período mais crítico do ano. Isso significa a garantia de mais de 150 mil litros de leite por dia no período da seca em um estado que produz 800 mil litros, incremento extremamente relevante para todo o estado.

Para o projeto acontecer, foi implementado o que existe de mais tecnológico no Brasil para a produção de silagem, através de pacotes de tecnologia para a produção de grãos com os melhores híbridos, Salgado diz que “A maioria das pessoas não tem coragem de levar pro sertão essas inovações”.

Além disso, produtos biológicos foram levados, para garantir o crescimento das plantas mesmo com estresse hídrico, pois são equipamentos e máquinas modernas que produtores fora do projeto dificilmente teriam condições de levar para a sua propriedade, como plantadeiras a vácuo com GPS, pulverização através de drones e autopropelido. “No estado de Alagoas existiam apenas duas máquinas e foi necessário levar uma terceira para garantir a operação de pulverização.”

Para a colheita, colheitadeiras automotrizes foram levadas do sul do país. O enfardamento do silo, que é uma novidade até mesmo para regiões mais produtivas do Brasil, consegue garantir o estoque por um tempo muito maior, com mais qualidade e zero desperdício, sendo uma das tecnologias extremamente relevantes e inovadoras.

José Silva, produtor, comenta que “plantava, mas era meio cansado, eu saia daqui um dia, que o dia de hoje, ia chegar no outro dia, esperando pela boa vontade dos bancos, quando queria liberar o dinheiro para a gente, a gente às vezes até dormia lá, mal dormido, para atender a gente. No outro dia nós éramos atendidos, mas estávamos todos cansados. Hoje está a maior facilidade, as roças crescendo, porque tem as máquinas e a gente sempre trabalha e tem gosto de trabalhar”.

Foram beneficiadas mais de 13 famílias no interior de Alagoas, com 1,6 mil hectares de milho plantado. O resultado do projeto E-ctare Recupera será apresentado na 39º Feira Expo Bacia Leiteira, que acontecerá entre os dias 14 a 17 de setembro de 2022 em Batalha/AL. A startup também irá apresentar outras tecnologias para os produtores de leite como o Compost Barn, sala de resfriamento animal pré-ordenha, mobi milk, que é uma ordenhadeira móvel, entre outras tecnologias de parceiros que estarão conosco no evento.

Fonte: Eduardo Ramos – BS

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