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Desafios e oportunidades na qualidade, treinamento e sanidade de sementes

Entre as diversas palestras de destaque programadas para o XXII Congresso Brasileiro de Sementes (CBSementes), a apresentação da assessora em qualidade de sementes, Fátima Zorato, da MF Zorato Treinamentos, é uma das mais aguardadas. Ela compartilhará seu conhecimento especializado na área de sementes em dois momentos: no Simpósio de Patologia de Sementes e na palestra “Qualidade de Sementes: Desafios e Oportunidades”, onde abordará as tendências atuais, os desafios enfrentados pelo setor e as possíveis soluções para superá-los.

Fátima Zorato destaca pontos da palestra, contextualizando o atual momento da agricultura. “Hoje, o campo conta com respostas vindas da genética, aliadas às inovações tecnológicas, buscando produzir mais alimentos para o mundo. Nesse cenário, os desafios incluem o domínio da responsividade genética, que entrega altas produtividades, mas exige mais recursos, impactando diretamente os atributos de qualidade das sementes, como genética, aspectos físicos, fisiológicos e sanitários”, avalia.

Além disso, segundo a assessora, há o agravante das inconstâncias climáticas e dos estresses abióticos e bióticos, sem esquecer o fator humano. “Atualmente, as equipes de produção enfrentam mudanças significativas nos modelos mentais e comportamentais, o que, por vezes, afeta o desempenho”.

Por outro lado, ela ressalta que o foco e a determinação na rotina de trabalho são fundamentais, assim como a proatividade, que permite observar e ajustar metodologias que possam não estar funcionando em determinadas situações. “Hoje não existe mais uma receita única para todos os casos, e sim uma demanda crescente por especificidades”.

Nos laboratórios, por exemplo, é possível expandir os testes tradicionais, integrando novas tecnologias, como as de imagens, que ainda estão restritas às academias. Segundo a assessora, a falta de uso em larga escala se deve, em parte, à necessidade de maior capacitação das equipes, já que implementar essas novas tecnologias em organismos biológicos não é tarefa simples.

Quando se trata dos desafios das indústrias sementeiras para garantir sanidade e qualidade, Fátima acredita que o clima brasileiro é um dos fatores determinantes. Nas regiões produtoras, a umidade, associada a temperaturas favoráveis ao desenvolvimento de patógenos, cria condições propícias para doenças. “A genética também desempenha um papel relevante. A falta de tolerância ou resistência genética pode resultar no surgimento e agravamento de doenças, com perdas de produtividade e aumento da presença de inóculo nas áreas”, enfatiza.

Ainda assim, a gestão da qualidade de sementes no Brasil se destaca em comparação com outros países. Em um país tropical, os treinamentos e adequações das equipes são constantes e abrangem todas as etapas da produção de sementes. “Esses esforços têm transformado a qualidade da produção, como exemplificado em Mato Grosso, onde, mesmo em anos desafiadores, foi estabelecido um padrão de germinação de 90%, superior ao padrão de 80% do MAPA(Ministério da Agricultura)”, reforça.

A assessora em qualidade de sementes Fátima Zorato também participará do Simpósio de Patologia de Sementes, onde abordará a dificuldade de identificação de patógenos, a necessidade de pessoal treinado e a escassez de laboratórios de sanidade credenciados no Brasil. “Especialmente quando se considera que muitos laboratórios não possuem a confiabilidade necessária para garantir a qualidade das sementes”, afirma.

Outro aspecto salientado por ela envolve o uso de tratamentos químicos, que podem mascarar problemas mais profundos, como a presença de patógenos que o pacote químico não cobre adequadamente. “A conscientização sobre a real eficácia desses tratamentos é uma questão que deve ser discutida com seriedade, especialmente em um cenário em que o país é vulnerável ao desenvolvimento de patógenos devido às suas condições ambientais. O mundo é mercantilista, mas com microrganismos não podemos vacilar”, alerta Fátima Zorato.

Fonte: Imprensa Abrates 

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