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Senar-Goiás: Curso de panificação rural estimula quitandeira a se tornar comerciante

Fátima Maria vendia os produtos de porta em porta e agora prospera depois de montar próprio negócio

Há cerca de 20 anos, Fátima Maria de Oliveira fez os primeiros cursos na área de pães e quitandas na cidade de Britânia, onde mora até hoje.  “Naquela época tudo ainda era muito difícil. Os cursos eram bem manuais. Muitos livros de receitas e materiais impressos”. O impulso veio do Senar Goiás, quando fez novos treinamentos de capacitação na área de panificação.

O básico que Fátima aprendera sobre pães, bolos e queijos, era exatamente o que vendia, quando começou. Acordava cedo, antes das 4h da manhã, para preparar os assados quando a demanda era muita. Segundo ela, hoje em dia é mais fácil aprender a gerir um negócio pessoal do que antigamente. “Os cursos online vieram e agregaram muitas coisas para as pessoas aprenderem o passo a passo. Facilitou”, conta.

À medida que os anos foram passando, com uma clientela que foi aumentando e ficando cativa, Fátima também procurou aprimorar as técnicas ao fazer treinamentos, como os de panificação ofertados pelo Senar Goiás, e partiu para o empreendedorismo. Faz 7 anos que fundou e mantém o “Delícias da Fatinha”, negócio que começou de forma discreta (sequer tinha nome), e foi tomando forma. “Pelejei muito para sustentar o meu próprio negócio”, afirma.

Em Britânia, há várias pessoas que, hoje, encomendam uma forma inteira da “Torta Cremosa”, apelido que Fátima deu à sua versão da receita clássica de “Torta de Frango”. É um dos produtos que mais vendem. Quando não a forma inteira, os fregueses optam pelo pedaço da torta, vendido à 8 reais.

“Em tudo que eu faço, tento servir os clientes da melhor forma possível. Quando ligam encomendando uma torta cremosa para às 16h, por exemplo, faço o possível para que até 15h50 já esteja pronta, pro cliente poder aproveitar ela quentinha”, explica.

Não apenas de tortas e pães, Fátima tem uma demanda alta todos os dias na entrega de outras produções. Além de manter as vendas avulsas, a empreendedora administra um bufê. Nas encomendas para festas, chega a fazer 600 salgados, além do bolo. “Em épocas de datas comemorativas, trabalho ainda mais, como na Páscoa, por exemplo, em que faço muitos ovos de chocolate para vender”, conta.

A renda do “Delícias da Fátima” supre as necessidades do dia a dia da empreendedora e de sua família. Ela conta que nunca faltou. “Nesses anos todos, graças a Deus nunca tive falta de nada. Eu tenho até para ajudar outras pessoas”, afirma. “É muito gratificante pra mim fazer o que eu gosto, e ainda ver que tenho retorno com o que faço.”

O conhecimento de novas técnicas para preparar massas e fazer diferenciados tipos de produtos clássicos, como o pão de queijo, veio de treinamentos como o Panificação Rural, do Senar Goiás, que prevê, em 32 horas, capacitar o aluno através de exercícios práticos. “No Senar eu também fiz o treinamento de pão de queijo, e foi lá que eu descobri que existiam dois tipos de pão de queijo, o abatumado e o de padaria, que é aquele mais leve feito pingado”, relata.

Atualmente, Fátima ainda acorda de madrugada, mas não tão cedo quanto antes. Por volta das 5h da manhã, ela já está assando as primeiras fornadas de pães. Equilibrando produção e venda ao longo do dia, às vezes ainda aceita encomendas da pizza de mandioca, uma receita que aprendeu há pouco tempo num treinamento online do Senar Goiás e da qual é entusiasta, mas pondera que é uma das mais difíceis de se fazer.

“A pizza de mandioca é uma delícia, vende bem, é diferente de tudo, mas hoje só faço por encomenda, por se tratar de uma receita que é um pouco mais complicada e requer mais esforço”, explica.

Sáforah Jacob é formada em gastronomia, e desde 2018 é instrutora do treinamento em Panificação Rural do Senar Goiás, já tendo atuado como professora em outras instituições. De Pirenópolis, ela viaja pelos arredores do estado ensinando milhares de pessoas por meio dos treinamentos.

Adepta do ensino da culinária regional e rural, a instrutora também tenta levar aos alunos uma noção sobre afetividade e gastronomia, ou seja, ensinar receitas que de algum modo se conectem ao passado, à memória afetiva de cada um. Fátima Maria foi também aluna de Sáforah.

A capacitação no treinamento, promove a atenção dos alunos para a renda. “Sempre tento despertar nas pessoas o interesse pela panificação a partir da renda. Sempre digo que tudo pode parar, mas a única coisa que não para é a alimentação”, explica a instrutora.

A linha que Fátima seguiu no empreendedorismo, é a mesma que muitos alunos do Senar Goiás também têm aderido, segundo a instrutora Sáforah. Na maioria dos casos, esses novos microempreendedores se lançam no mercado através do delivery, que se popularizou durante a pandemia por meio dos aplicativos de entrega de comida.

Alguns cursos do Senar Goiás têm aderido a proposta de dar um pouco mais de ênfase nessa questão empreendedora. Do curso em que se aprende como fazer pães e outras massas, pode nascer um pequeno negócio, segundo Sáforah. “E são muitas as pessoas que saem do curso e seguem por essa linha abrindo seus próprios negócios e obtendo sucesso em suas carreiras”, conclui.

Para ter acesso aos cursos do Senar Goiás é só procurar o Sindicato Rural da região ou acesse: https://sistemafaeg.com.br/senar/cursos-e-treinamentos.

Fonte: Comunicação Sistema Faeg/Senar

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