Os eventos climáticos que se intensificaram no Brasil nos últimos anos têm causado preocupação ao setor do agronegócio. A Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul) alertou para o quadro preocupante de endividamento dos produtores rurais gaúchos, após sequência de fortes estiagens e enchentes. No caso do Estado de São Paulo, a situação é semelhante devido às queimadas. Os produtores paulistas estão buscando se proteger das perdas e estão impulsionando as contratações de proteção agropecuária.
De janeiro a agosto deste ano, os Seguros Pecuário e Floresta foram os que mais cresceram na carteira da Brasilseg, na comparação com igual período de 2023. As duas modalidades fazem parte do portfólio de Seguro Rural da Brasilseg, uma empresa BB seguros, líder do segmento no país.
O Seguro Floresta da Brasilseg, que protege plantações de eucalipto, pinus, seringueira e outras espécies com finalidades comerciais, foi o que mais obteve crescimento: as contratações cresceram 719% no período analisado. Com o avanço, a área segurada passou de 52 mil para mais de 426 mil hectares. A cobertura cobre perdas por incêndio e raio, com opções de adicionais para ventos fortes e fenômenos naturais, como geada, granizo, seca, entre outros.
Já no Seguro Pecuário, oferecido pela empresa, as contratações aumentaram em 134%. Com isso, a área total da pastagem protegida saltou de 4 mil para mais de 10 mil hectares. A proteção assegura pagamento do faturamento do rebanho, indeniza o produtor, caso a pastagem segurada seja inviabilizada para nutrição animal por ocorrência de incêndio ou seca atípica, e garante também a compra de suplemento alimentar para os animais.
Para a Gerente Executiva de Portfólio Rural da Brasilseg, Aline Milani, a procura maior é um reflexo do impacto dos eventos climáticos extremos. “São produtores preocupados em não perder os investimentos feitos antecipadamente para cada safra. O agro é uma indústria a céu aberto e é fundamental investir em proteção para mitigar riscos”, reforça a executiva.
Para Paulo Hora, Superintendente Executivo de Negócios e Soluções Rurais da Brasilseg, apesar do crescimento relativo expressivo dessas duas carteiras, “ainda é muito incipiente a contratação de seguros nos sistemas agroflorestais e na cadeia pecuária no Brasil, principalmente se comparado com os seguros para grãos nas lavouras, em especial, soja e milho, o que é uma oportunidade a médio prazo.”
Fonte: Marina Sampaio Monteis