Os relatórios de oferta e demanda do USDA não trouxeram grandes surpresas. O deste mês de fevereiro, anunciado no dia 11/02, consolidou a safra de trigo dos EUA em 52,3 milhões de toneladas para 2019/20, enquanto os estoques finais recuaram um pouco, para 25,6 milhões. Já a safra mundial de trigo está estimada em 764 milhões de toneladas, com estoques finais em 288 milhões. A notar a quebra na safra da Argentina, que ficou com 19 milhões de toneladas, enquanto a safra brasileira teria sido de 5,2 milhões no ano passado, porém, com um grande volume de produto inferior mais uma vez.
No Mercosul, diante desta realidade, a tonelada FOB para exportação terminou a presente semana com valores entre US$ 215,00 e US$ 225,00 na compra, enquanto a safra nova argentina ficou cotada em US$ 185,00.
Por outro lado, no mercado brasileiro, a escassez de trigo de qualidade superior, somada a forte desvalorização do Real nas últimas semanas, tornando a importação mais cara, trouxe para cima os preços do cereal aos produtores.
Assim, o balcão gaúcho fechou a presente semana em R$ 43,00/saco, contra R$ 40,60 em meados de dezembro passado. Os lotes, neste mercado, fecharam a semana valendo entre R$ 48,60 e R$ 49,20/saco, contra R$ 43,80 em meados de dezembro. Já no Paraná, o balcão fechou a semana em R$ 50,00/saco, contra R$ 47,50 a R$ 48,00 em dezembro. Os lotes neste Estado ficaram entre R$ 58,00 e R$ 59,00/saco, contra R$ 54,00 a R$ 55,00 em meados de dezembro. Enfim, em Santa Catarina o balcão registra atualmente R$ 46,00/saco, contra R$ 42,00 a R$ 44,00/saco em dezembro, enquanto os lotes, na região de Campos Novos, giram ao redor de R$ 54,00/saco na atualidade, contra R$ 48,90 em dezembro.
Ao mesmo tempo em que o mercado interno está abastecido, nota-se que os vizinhos do Mercosul já exportaram grande parte do trigo disponível. Com isso, o Brasil tenderá a comprar novas cargas de trigo de outras origens. Isso, diante de um Real fortemente desvalorizado, deixa o produto importado ainda mais caro, elevando os preços do trigo de qualidade superior colhido no país e que está bastante escasso. Portanto, ainda há espaço para novas valorizações do trigo nacional.