21.1 C
Jatai
InícioNotíciasCategoria GeralCotações da soja em Chicago se elevaram fortemente nas últimas duas semanas

Cotações da soja em Chicago se elevaram fortemente nas últimas duas semanas

As cotações da soja em Chicago se elevaram fortemente nas últimas duas semanas, com o bushel chegando a US$ 10,25 no dia 11/07, contra apenas US$ 9,04 no dia 23/06. Perspectivas de perdas de produtividade devido ao clima quente e seco no Meio Oeste dos EUA neste período levaram os especuladores a apostarem em altas consecutivas, com os fundos voltando à ponta compradora. Posteriormente, com o anúncio do relatório de oferta e demanda do USDA, realizado no dia 12/07, as cotações despencaram. Assim, o fechamento desta quinta-feira (13) ficou em US$ 9,72/bushel para o primeiro mês cotado (ainda julho) e US$ 9,75 para setembro, mês que assume a primeira posição a partir deste final de semana.

O mercado considerou o relatório neutro para a soja, porém, baixista para o milho e o trigo, fato que ajudou a puxar para baixo as cotações, Além disso, chuvas em algumas regiões produtoras estadunidenses teriam retirado parcialmente a força altista.

Quanto ao relatório, o mesmo apontou uma safra nos EUA em leve alta, com a estimativa ficando agora em 115,9 milhões de toneladas. Ainda julgamos que, em o clima normalizando, tal safra poderá ser bem maior já que a área semeada cresceu 7%. Todavia, o relatório reduziu os estoques finais nos EUA para o novo ano 2017/18, colocando os mesmos em 12,4 milhões de toneladas, com recuo de um milhão de toneladas em relação a junho. Com isso, o patamar de preços médios aos produtores estadunidenses, para este novo ano, ficou agora entre US$ 8,40 e US$ 10,40/bushel. Já a safra mundial foi levemente elevada para 345,1 milhões de toneladas em 2017/18, com estoques finais aumentados para 93,5 milhões de toneladas, ou seja, 1,3 milhão acima do indicado em junho. A produção da Argentina está projetada em 57 milhões de toneladas e a do Brasil em 107 milhões, lembrando que a safra brasileira que acaba de ser colhida teria chegado a 113,9 milhões de toneladas segundo o último levantamento da Conab. Enfim, as importações chinesas chegariam a 94 milhões de toneladas, contra 91 milhões em 2017/18.

Dito isso, as condições das lavouras estadunidenses voltaram a piorar, com as mesmas ficando em 62% entre boas a excelentes até o dia 09/07. Ao mesmo tempo, a colheita da Argentina chegou ao seu final, com o volume atingindo, ainda extra-oficialmente, 57,5 milhões de toneladas.

Aqui no Brasil, o recuo do câmbio em boa parte da semana (nesta quinta-feira, 13/07, o mesmo estava em R$ 3,21 por dólar), tirou um pouco os ganhos de Chicago, porém, os preços médios foram mais elevados do que os registrados na semana anterior. O balcão gaúcho fechou a semana na média de R$ 64,32/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 69,00 e R$ 69,50/saco. Por sua vez, nas demais praças nacionais os lotes oscilaram entre R$ 57,00/saco em Diamantino e Nova Xavantina (MT) e R$ 71,50/saco em Campos Novos (SC), passando por R$ 63,50 em Pedro Afonso (TO), R$ 65,00 em Uruçuí (PI) e R$ 69,50/saco em Pato Branco (PR).

A comercialização da atual safra de soja brasileira atingia a 67% em 07 de julho passado, contra 80% na média histórica para esta época do ano, sendo que o Rio Grande do Sul registrava vendas em 48%, contra 65% na média histórica; o Paraná 60%, contra 72% de média; o Mato Grosso 77%, contra 88%; Santa Catarina 44%, contra 67%; e Goiás com 78%, contra 89% de média (cf. Safras & Mercado).

Paralelamente, a Secex informou que no primeiro semestre de 2017 o Brasil exportou 44 milhões de toneladas de soja em grão, ou seja, uma alta de 14,1% sobre igual período do ano anterior. Deste total, 34,1 milhões de toneladas foram para a China, ou seja, 77,5%.

Destaque-se que esta nova janela de altas nos preços, nas últimas duas semanas, parece ter se fechado a partir deste dia 12/07. Porém, a mesma acelerou, em parte, as vendas de soja junto aos produtores brasileiros. Novas janelas poderão surgir até a colheita estadunidense se iniciar, em fins de setembro, fato que exige atenção de nossos produtores em busca da realização da melhor média final de comercialização possível.

O quadro de preços agora fica na dependência do clima nos EUA já que os acontecimentos político-econômicos no Brasil (aprovação da Reforma Previdenciária; condenação em primeira instância do ex-presidente Lula; intervenções do Banco Central brasileiro etc…) tendem a fortalecer o Real ou, pelo menos, mantê-lo na faixa entre R$ 3,15 e R$ 3,25.

Fonte:  CEEMA / UNIJUI

Imagem créditos: Aprosoja

spot_img

Últimas Publicações

ACOMPANHE NAS REDES SOCIAIS