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Cooperativa de flores classifica projetos sustentáveis como “bons negócios”

Mesmo em plena pandemia, a Cooperativa Veiling Holambra vem mantendo a sua meta de investir cerca de R$ 4,5 milhões por ano para promover a sustentabilidade em todo o seu parque e na aquisição de novos equipamentos. Captação da água da chuva, instalação de painéis de energia fotovoltaica, rebocadores elétricos, material circulante retornável e de construção renovável, coleta seletiva e inovação no gerenciamento eletrônico de documentos são alguns dos exemplos do uso correto dos recursos.

A sustentabilidade pode ser um bom negócio. O retorno, tanto para a natureza quanto financeiro, pode não ser imediato, mas – em ambos os casos – será compensador. Não por acaso, a Cooperativa Veiling Holambra, a mais completa do Brasil, com cerca de 400 produtores de flores e plantas ornamentais associados, tem reservado entre R$ 4 milhões e R$ 4,5 milhões por ano para aplicação em projetos sustentáveis e na aquisição de novos equipamentos que reduzam as agressões ao meio ambiente.

Além de permitir mais eficiência energética, esse investimento tem contribuído diretamente para a contenção de custos, para a geração de novos empregos e para o avanço tecnológico, de forma a colaborar, efetivamente, para uma melhor harmonia entre o desenvolvimento da Cooperativa e o uso correto dos recursos naturais disponíveis.

“Há alguns anos, a Cooperativa vem desenvolvendo um plano estratégico de eixo sustentável para boa parte de suas ações. Elaboramos um plano de trabalho – com perspectivas de crescimento em curto, médio e longo prazos – para termos nossa própria sobrevivência natural. Entre os projetos nos quais estamos investindo estão a captação da água da chuva e o de reuso da água; a instalação de painéis fotovoltaicos para substituir a energia elétrica pela solar; o uso de materiais construtivos que podem ser reutilizados em reformas e demolições; a utilização de materiais circulantes (porta-vasos e cestos) retornáveis; a coleta seletiva; o gerenciamento eletrônico de documentos e a opção por equipamentos e maquinários com maior eficiência energética. Além disso, ainda mantemos uma reserva legal – uma propriedade de 30 hectares de mata nativa -, que protegemos para manter um pulmão verde e corredor da fauna e da flora na região de Holambra”, exemplifica Jorge Possato, CEO da Cooperativa Veiling Holambra.

 

Coleta seletiva e paineis solares, que já representam 18% do consumo total de energiaO programa de sustentabilidade da CVH teve início há 10 anos. Em 2020 e 2021, em plena pandemia, mesmo com a instabilidade enfrentada pelo setor, os investimentos não cessaram. Ao contrário, o olhar ficou ainda mais voltado para a sustentabilidade e foram até acelerados alguns projetos do plano estratégico, com total apoio dos associados. “Estamos permanentemente em busca de projetos que tragam não apenas benefícios econômicos, mas, principalmente, para o meio ambiente. A economia financeira, se não chega junto com cada implantação, aparece logo depois. Sempre quando pensamos em realizar um projeto já calculamos também o seu retorno financeiro, até para melhor defendê-lo junto aos sócios da Cooperativa. As questões sustentável e econômica podem, sim, caminhar lado a lado”, ensina.

Sobre os projetos sustentáveis

A Cooperativa Veiling Holambra já tem instaladas 1.420 placas de energia solar fotovoltaica e contará com outras 1.000 até o final do ano, encerrando 2021 com 2.420 unidades. Com potência de 1.000 kW, que possui equivalências ambientais de 60 toneladas de CO² a menos na atmosfera, ou a 8.000 novas árvores plantadas, essas placas já representam 18% do consumo total de energia da CVH.

O planejamento prevê mais 5.000 placas até 2025 para que a Cooperativa possa começar a ter o payback do benefício de redução do custo kW/hora. O retorno previsto para esse investimento é estimado entre quatro e cinco anos, mas já conta com algumas vantagens, como a possibilidade de aquisição da energia elétrica no Mercado Livre, pelo consumo diferenciado. “Acreditamos que conseguiremos assegurar nosso consumo próprio após 2025, gerando até mais energia do que consumimos. Nosso objetivo é ser autossustentáveis em energia e não dependermos mais da distribuição externa”, diz.

De acordo com o CEO, também houve investimentos em equipamentos de refrigeração com baixo consumo de energia em substituição aos antigos, entre eles, câmaras frias e de climatização. Um projeto recente de modernização priorizou o uso das máquinas de higienização, com tecnologia de reuso e consumo eficiente da água, que é aquecida pelas placas solares para permitir a limpeza mais efetiva de porta-vasos e cestos, a fim de que não causem problemas fitossanitários no processo dos produtores até o mercado, o que poderia acarretar perdas na produção.

Projeto prevê mais 5.000 placas até 2025Captação e reuso da águaA CVH construiu um tanque com capacidade de armazenamento de 11 milhões de litros de água captada da chuva. O objetivo é o reuso das águas pluviais, acarretando uma considerável diminuição da sua captação de água de poços artesianos. O volume amortecido, proveniente da captação de água da chuva pelo extensos telhados que cobrem todo o complexo da Cooperativa, vem sendo utilizado na irrigação dos jardins e na higienização de peças retornáveis do material circulante, como cestos e porta-vasos que transportam as flores e plantas. Outros usos que serão estimulados é a limpeza de pisos e sanitários e para outros fins que não necessitem de água potável.

“Essa captação também serve como um colchão para absorver o impacto das fortes chuvas. O complexo contará com mais duas cisternas com capacidade para abrigar 10mil litros de águas pluviais cada, onde bombas manterão continuamente o uso de seus volumes diários. A nossa proposta é dobrar a capacidade, tornando a Cooperativa 70% independente com a sua necessidade de água, inclusive considerando o período de estiagem”, informa Jorge Possato.

Reservatório armazena 11 milhões de litros de água captada da chuva

Materiais renováveis e retornáveis

O uso de materiais construtivos, que podem ser reutilizados em reformas e demolições, é outro projeto já implantado na CVH. Trata-se de painéis de construções com potencial reaproveitamento quando da necessidade de construções ou da readequação de espaços.

O material circulante também entrou na mira da sustentabilidade, por meio de um projeto contínuo de embalagens retornáveis. Nada menos do que 1,5 milhão de peças, entre porta-vasos e cestos para flores de corte, antes descartados, agora são retornáveis. Eles são utilizados diariamente para o transporte de flores e plantas ornamentais entre as fazendas produtivas e a Cooperativa, onde acontecem o leilão e outros canais de comercialização dos produtos. Quando uma peça quebra, ela é moída para que o material seja reinjetado em novos produtos. Nada é desperdiçado.

 

                            

Porta-vaso é um dos materiais circulantes retornáveis e já conta com 1,5 milhão de peças.

Aliás, conforme destaca Jorge Possato, as embalagens retornáveis foram fundamentais para os produtores neste momento de pandemia, quando o país vivencia, ainda, a falta de papelão e de plástico, elevando significativamente os custos dos insumos. “O uso desses materiais retornáveis provou ser um processo bem econômico. Por isso, temos, anualmente, lançado novas peças com novos modelos. A novidade são os porta-vasos retornáveis para potes 6 e 9. Com o maior rigor na coleta seletiva, 90% dos resíduos orgânicos vão para compostagem e plásticos e papéis também passaram a ser reaproveitados”, explica.

Vale lembrar que foram adquiridos 80 rebocadores 100% elétricos para a movimentação dos carrinhos no pátio da Cooperativa, utilizados nos serviços de carga e descarga e durante as operações logísticas. Além de econômicos, não consomem combustíveis fósseis derivados do petróleo e, portanto, produzem menos poluentes, como o monóxido de carbono.

80 rebocadores 100% elétricos movimentam os carrinhos no pátio da Cooperativa.

Área administrativa

Para aumentar a produtividade na área administrativa e financeira, foi necessário modificar hábitos e inovar na execução das tarefas. A inovação nos processos, englobando todos os setores, trouxe o gerenciamento eletrônico dos documentos. Cada profissional digitaliza os documentos referentes às suas atribuições e que têm a necessidade de arquivamento pelo período exigido pela legislação pertinente.

Economizou-se em arquivos físicos e no espaço para comportá-los. Aumentou-se a segurança com a redução do risco de incêndios. Antes, era preciso uma pessoa responsável exclusivamente pelo cadastro das caixas com documentos e pela organização e preservação do arquivo morto, garantindo o controle dos itens para consultas.  Com a digitalização, os documentos são armazenados virtualmente “na rede” do Veiling, com total segurança, podendo ser compartilhados com rapidez de forma muito mais econômica. A legislação brasileira ainda exige a guarda de documentos em papéis, mas acredita-se que essa modalidade será alterada em poucos anos. Mas a CVH já está 100% preparada para atender a essa demanda.

“A inovação corresponde ao uso de tecnologia para suprir os esforços empregados na realização de processos e proporcionar excelentes resultados. É possível automatizar o processo de busca por informações para reduzir o tempo de execução de tarefas diárias. Não há como aumentar a produtividade sem organização e integração entre os pares”, acredita Jorge Possato.

O CEO assegura que as alterações na área administrativa e financeira foram relevantes e mostraram excelentes resultados. Desta forma, pretende estender este avanço para as demais áreas da Cooperativa. “Essa modificação nos processos já está trazendo grandes ganhos para a Cooperativa Veiling Holambra e para a natureza, que necessita ser protegida por todos”, diz.

Fonte: Ateliê da Notícia

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