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Contribuição do agronegócio para reduzir emissões de dióxido de carbono

Tema de webinar do HackatAgro

Encontro virtual abordou os impactos da COP26 no setor produtivo e debateu a “pegada de carbono”, tema de desafio patrocinado pelo Banrisul

O agronegócio brasileiro tem grande potencial para reduzir as emissões de dióxido de carbono, contribuindo com a sustentabilidade ambiental e o futuro do planeta. Esse entendimento é compartilhado pelos três especialistas que participaram do oitavo webinar promovido pelo movimento HackatAgro. Na pauta, o impacto da 26ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP26) no setor produtivo e a necessidade de reduzir as emissões de CO2 da atmosfera.

A chamada “pegada de carbono”, um dos principais assuntos do webinar, é tema do Desafio Banrisul, que busca ideias para auxiliar o produtor rural na captura de créditos de carbono, além de adicionar resultados tangíveis à produção. As inscrições – que podem ser individuais ou em grupo – estão abertas, assim como estão disponíveis o regulamento e informações sobre a premiação no site http://www.hackatagro.com/desafio-banrisul.

“Participar da COP26 foi uma experiência inspiradora e preocupante, pois chamou a atenção para os grandes desafios que as questões climáticas trazem para o mundo e como cada país vai se organizar para conseguirmos, coletivamente, chegar ao objetivo de limpar a economia e o planeta “, comentou Daniel Vargas durante o webinar. O professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) esteve na conferência, que aconteceu em Glasgow (Escócia).

Para Vargas, três aspectos chamaram a atenção durante a conferência: ambiente, economia e institucional. Sobre o ambiente, ele destaca unanimidade sobre a aceitação das mudanças climáticas e a ação do homem como causa. Na parte econômica, a atenção se volta à importância de precificar o carbono, assim como ocorre com os demais elementos de custo de um produto, acelerando a transição da economia para a descarbonização.

Já no aspecto institucional, o professor da FGV destaca a construção de um mercado de carbono com regras claras e comuns para todos os países, aumentando o potencial de investimentos, ofertas e trocas. “O mercado de carbono visa reduzir ou remover a emissão de gases prejudiciais à natureza. Sendo assim, o crédito de carbono só é concedido nessas duas atividades. Porém, no Brasil, existem diversas atividades valiosas no ponto de vista econômico e ambiental que deveriam fazer parte desse crédito, como o programa ABC [Agricultura de Baixo Carbono] e a Reserva Legal.”

Outro participante do evento virtual, Regean Gomes – gerente de empreendedorismo do Parque Tecnológico Itaipu – esteve na COP24, em 2018, e vê com bons olhos as resoluções propostas em 2021, principalmente aquelas relacionadas a regulamentações.

Ele compartilhou uma história concreta de como o crédito de carbono pode fazer a diferença para o produtor rural. Preocupado principalmente com os corpos hídricos, o Parque Tecnológico Itaipu investiu em conhecimento e tecnologia para o agronegócio da região. “Apresentamos para as cooperativas maneiras de tratar os dejetos da produção. E, por meio desses resíduos de gás metano, que é 21 vezes mais poluente que o carbono, chegamos a biogás. Ou seja, eles evitam que o gás metano vá para o solo e a água e ainda tornam-se fonte de energia limpa, que gera economia na conta de luz e créditos de carbono para bancar esse investimento em tecnologia”, explica Regean.

Essa é uma demonstração de como a economia sustentável é benéfica para todos e como o credito que carbono é importante para fechar a conta. A propagação desse conhecimento para todos os elos da cadeia, especialmente os pequenos produtores, é um dos grandes desafios do agronegócio brasileiro, mas também uma enorme oportunidade para os empreendedores e investidores em inovação, ressalta Fernando Mallmann, empreendedor da economia de baixo carbono e cofundador da startup Orma.

“Precisamos criar soluções que mostrem valor agregado imediato para o produtor, seja financeiro, cultural ou ecológico. Devemos fazê-lo entender que pode utilizar esta nova postura como um diferencial competitivo. Essa nova economia, além dos milhares de benefícios, precisa ser tão lucrativa como a que queremos substituir”, evidencia Mallmann.

Confira a íntegra do webinar: https://www.youtube.com/watch?v=HYQR9ZUavPg&t

Desafio

Todos os aspectos abordados no webinar e muitos outros serão debatidos em mais uma maratona de inovação do HackatAgro, desta vez no Desafio Banrisul, que acontece entre 10 e 12 de dezembro, virtualmente. Startups, empreendedores e estudantes são convidados a apresentar soluções tecnológicas que possam auxiliar o dia a dia do produtor rural na geração de créditos de carbono, adicionando resultados tangíveis à produção.

Fonte: Texto Assessoria

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