O 38º Congresso Brasileiro de Nematologia (CBN), em Cuiabá-MT, iniciou a sua programação nesta segunda-feira (21), com uma série de palestras com temas voltados ao emprego da tecnologia e o uso da informação na área de fitossanidade. O 38º CBN ocorre no Centro de Eventos do Pantanal, no período de 21 a 24 de agosto.
No final da manhã, o engenheiro agrônomo, Leonardo Dal Poz, da empresa Analys Agricultura de Precisão, abordou em sua palestra o tema “Mapeamento de nematoides na era 4.0”, onde segundo ele, em Mato Grosso, a empresa realiza desde 2017 este trabalho de mapeamento chegando a 300 mil hectares, principalmente em áreas de cultura de soja, mas também de algodão. “Nós viemos com uma ideia muito revolucionária, que traz para o produtor uma ferramenta de tomada de decisão e controle de nematoides, onde conseguimos vetorizar exatamente onde tem a presença e a ausência de nematóides, e em cima disso, antecipadamente a safra poder tomar uma decisão estratégica para manejo com controles biológicos, nematicidas e outros.
Trazendo a otimização do investimento e a assertividade no método de controle, pois os dois caminham juntos e com este tipo de trabalho o produtor tem a possibilidade de investir o máximo, com o melhor produto e o melhor manejo dentro daquela zona vetorizada específica, e quando você expande para toda a área, o seu custo por hectare acaba sendo irrisório, perto do dano que está sendo causado por esta praga”, disse.
Segundo o professor do Instituto Federal de Educação (IFMT), Campus Barra do Garças, André Abade, existem algumas partes sensíveis no controle desses patógenos, desde a identificação da área onde eles estão, o processo de coleta e até a identificação em laboratórios deles. “A inteligência artificial pode atuar nesses três pontos, então hoje já empregamos algumas técnicas para identificar esses patógenos na área de plantio.
A gente tem drones que fazem voos autônomos e capturam imagens e essas imagens hoje são muito espectrais, assim é possível calcular os índices de refletância e auxiliar esses algoritmos e assim indicarem efetivamente onde estão as áreas com maior dano. Isso na identificação das áreas, temos também que podem ajudar na identificação do nematoide que é um grande complicador hoje, para esses processos existem algoritmos de redes neurais convencionais que podem classificar as imagens e identificando esses patógenos quanto ao seu gênero. Temos a inteligência artificial atuando em diferentes pontos que são sensíveis no processo de identificação na questão do cultivo”, explicou Abade.
A doutoranda em Agricultura Tropical na área de nematologia, Tânia Santos, pesquisadora em Nematologia e responsável pelo laboratório e os ensaios em casas de vegetação da Fundação MT, juntamente com o colega Dr. Danilo dos Reis Cardoso Passos falaram sobre ‘Resultados de mapeamento dos fitonematoides no Brasil’. “Abordamos um pouco sobre o mapeamento dos nematoides no Brasil, como ele está distribuído e esse índice de distribuição destes nematóides, principalmente os que são mais prejudiciais dentro do sistema de produção de soja, milho e algodão.
Essas amostras foram coletadas pelos próprios produtores e enviados para os laboratórios parceiros que nos auxiliaram nesta seleção, em torno de 35 mil amostras e esses dados são representativos de todas as regiões de produção de soja, milho e algodão. E o objetivo maior deste trabalho é repassar essa informação para o produtor, para ele saber como está na região dele a incidência de nematóides, esta mesma informação também deve chegar aos técnicos e até para professores e alunos nas universidades”, destacou.
Fonte: Cairo Lustoza – Pauta Pronta Conteúdo