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Como o controle de Mycoplasma hyopneumoniae e PCV2 está mudando o cenário respiratório da suinocultura?

A suinocultura moderna convive há décadas com dois dos agentes mais desafiadores para a saúde respiratória dos animais: Mycoplasma hyopneumoniae (M. hyo), responsável pela pneumonia enzoótica, e o circovírus suíno tipo 2 (PCV2), associado à circovirose suína e a um amplo espectro de distúrbios produtivos. A presença simultânea desses patógenos cria condições ideais para o agravamento dos quadros respiratórios, comprometendo a eficiência zootécnica e elevando os custos de produção.

O M. hyopneumoniae é reconhecido como o agente bacteriano mais importante do Complexo de Doenças Respiratórias Suínas (PRDC). Sua infecção danifica o epitélio ciliado das vias respiratórias, favorecendo inflamações crônicas e infecções secundárias. “Quando o sistema respiratório é comprometido, o desempenho do animal cai rapidamente. O M. hyo tem impacto cumulativo e, sem controle adequado, compromete a conversão alimentar, o ganho de peso e até a uniformidade dos lotes”, explica Maria Eugênia, médica-veterinária da equipe técnica da Unidade de Suínos da Ceva Saúde Animal.

Já o PCV2 é um vírus onipresente nos sistemas de produção e considerado um dos maiores responsáveis por perdas econômicas na suinocultura mundial. A predominância atual do genótipo PCV2d representa um desafio adicional, por sua maior capacidade de replicação e escape imunológico frente a cepas anteriores. “A atualização dos antígenos nas vacinas é essencial para garantir que a imunidade oferecida continue eficaz. O vírus evolui, e o controle precisa evoluir junto”, acrescenta Maria.

A coinfecção entre M. hyopneumoniae e PCV2 potencializa os efeitos deletérios de ambos, ampliando a gravidade das lesões pulmonares e elevando a viremia. Diversos estudos (Maes et al., 2018; Segalés & Sibila, 2022) demonstram que essa interação agrava significativamente o PRDC, reforçando a importância de estratégias preventivas integradas.

Nesse contexto, a vacinação combinada emerge como um avanço determinante. O desenvolvimento de formulações capazes de induzir imunidade simultânea contra M. hyopneumoniae e PCV2, em uma única aplicação, tem proporcionado resultados expressivos em campo.

Pesquisas recentes reforçam a eficácia dessa abordagem, no estudo conduzido por Trampe et al. (2025), por exemplo, a formulação contendo antígeno PCV2d e M. hyo induziu soroconversão mais precoce e consistente, reduziu quase totalmente a viremia, eliminou a excreção viral fecal e diminuiu significativamente a incidência de tosse e as lesões pulmonares.

Em outro trabalho, Krejci et al. (2025) demonstraram que a imunidade se estabelece rapidamente — entre duas e três semanas após a vacinação — e permanece eficaz por até 23 semanas, com proteção cruzada frente aos principais genótipos (a, b e d).

Os resultados de campo reforçam o valor prático dessas descobertas. Granjas comerciais que adotaram a vacinação combinada registraram reduções de até 40% nas lesões pulmonares, menor carga viral de PCV2 e melhorias significativas no ganho médio de peso diário (GPD). Estes efeitos traduzem-se em maior previsibilidade produtiva, menor necessidade de antimicrobianos e, consequentemente, em ganhos econômicos diretos.

Para a profissional, a imunização integrada representa um ponto de virada na forma como a sanidade é gerida nas granjas. “Quando o produtor passa a controlar dois dos principais agentes respiratórios com uma única aplicação, o impacto é imediato: menos estresse para o animal, mais eficiência no manejo e uma proteção mais ampla. Essa é uma evolução que une ciência e conveniência”, observa.

A formulação combinada CIRBLOC® M Hyo, desenvolvida pela Ceva Saúde Animal, é um exemplo desse avanço. O produto reúne a cepa de referência global presente em Hyogen®, reconhecida por sua eficácia contra M. hyopneumoniae, com um antígeno PCV2d de última geração, ajustado ao genótipo predominante nas populações suínas. Essa combinação garante imunidade prolongada e eficácia comprovada contra os principais desafios respiratórios do campo.

“Hoje, falar de vacinação combinada é falar de uma nova lógica de produção, mais simples, mais eficiente e baseada em dados sólidos. O produtor deixa de reagir a surtos e passa a construir a imunidade do plantel de forma sustentável. É uma mudança de paradigma que coloca a ciência a serviço da produtividade”, conclui Maria.

Fonte: Gisele Assis 

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