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Como melhorar o manejo de potássio no milho

O potássio é um macronutriente primário muito requerido e exportado pela cultura

O potássio está entre os três nutrientes mais absorvidos pela cultura do milho, tendo um papel essencial no crescimento da cultura e formação dos grãos. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) estima que, em média, 30% do potássio absorvido é exportado para os grãos e essa grande mobilidade dificulta o manejo desse nutriente na milhocultura. Conheça algumas estratégias para contornar essa dificuldade.

A importância de realizar um bom manejo de potássio na cultura do milho 

O potássio é um macronutriente primário muito requerido e exportado pela cultura do milho. No artigo Doses e épocas de aplicação de potássio no desempenho agronômico do milho no cerrado piauiense, Fabiano André Petter e seus demais colegas pesquisadores verificaram que quase todas as variáveis avaliadas para determinar o desempenho agronômico do milho foram influenciadas pelas doses de potássio, incluindo:

Altura de plantas;
Diâmetro do colmo;
Altura de inserção de espiga;
Produtividade de grãos.

Além da influência direta do potássio em diversos parâmetros de crescimento e produtividade da cultura, muitos trabalhos também tem apontado a influência significativa desse macronutriente na defesa contra fitopatógenos em cultivares moderadamente suscetíveis ou resistentes.

A presença de potássio em níveis adequados confere maior resistência aos tecidos, por aumentar a espessura da cutícula e da parede celular das plantas. Dessa forma, ele é responsável por dificultar a penetração dos fitopatógenos e o progresso da infecção, por também estar relacionado com o acúmulo de substâncias que apresentam ação fungistática.

Nos ensaios conduzidos na dissertação de mestrado Efeito do nitrogênio e do potássio na intensidade da Antracnose Foliar (Colletotrichum graminicola) e na nutrição mineral do milho, o Me. Diego de Oliveira Carvalho concluiu que a adubação potássica influenciou significativamente o período de latência do fungo em até 21,7%, o que reduz a quantidade de esporos produzidos e consequentemente o tamanho e a quantidade de lesões na planta.

A Embrapa aponta que o aumento dos ensaios de campo com o milho nos últimos anos, estudando as respostas do milho ao potássio, pode ser atribuída aos seguintes aspectos:

Intensificação do uso de sistemas de produção;
Aumento do uso do milho como planta forrageira;
Uso de híbridos de milho de alto potencial produtivo e ampliação das áreas irrigadas;
Crescente conscientização dos agricultores para recuperação da fertilidade do solo;

O manejo eficiente do potássio na cultura do milho 

O manejo eficiente do potássio na cultura do milho começa com a interpretação da análise de solo e foliar, pois existem muitos fatores que podem interferir no transporte e na absorção dos nutrientes de forma geral.

No artigo Bases teóricas e experimentais de fatores relacionados com a disponibilidade de potássio do solo às plantas usando trigo como referência, por exemplo, o autor Sirio Wiethölter observou que a taxa de absorção de K pela planta é inversamente proporcional ao poder-tampão desse nutriente no solo.

Com isso, as análises são capazes de indicar quais fatores limitantes que podem estar presentes e quais práticas complementares a adubação precisam ser adotadas, a fim de garantir uma boa disponibilidade de potássio na solução do solo.

Após o ajuste das características do solo, deve ser avaliado o potencial produtivo e o tipo de exploração da cultivar para adequar a adubação potássica às exigências nutricionais. Para plantios de milho silagem, por exemplo, a exportação de potássio pode ser quase o dobro daqueles destinados à produção de grãos.

Uma vez identificada a exigência nutricional da cultura, deve-se avaliar qual a fonte de potássio mais viável para o sistema produtivo, considerando todas as vantagens e desvantagens de cada insumo. Algumas fontes e matérias-primas potássicas disponíveis no mercado são:

Siltito Glauconítico;
Cloreto de potássio;
Sulfato de potássio;
Nitrato de potássio;
Pós de rocha como kamafugito, micaxisto e ardósia.

Por fim, dentre os métodos de aplicação João Paulo Rezende David e seus colegas pesquisadores encontraram influências em diferentes variáveis dependendo do tipo de adubação realizado, no artigo O efeito de diferentes doses de potássio na adubação de base e cobertura na cultura do milho.

Nas condições do estudo, as melhores médias de altura da planta, altura de inserção da primeira espiga e diâmetro do caule foram influenciadas pela aplicação de potássio na base e na cobertura (estádio V5).

Já os parâmetros de grãos por planta e rendimento foram influenciados por uma dose maior de potássio em aplicação na base. E com a agricultura cada vez mais integrada às novas tecnologias disponíveis, novos métodos de otimizar o manejo do potássio tem surgido.

A agricultura de precisão e o manejo do potássio na cultura do milho 

O avanço das tecnologias de aplicação também vem permitindo o desenvolvimento de novos estudos acerca do manejo nutricional do milho. No artigo Avaliação de intervenções em unidades de aplicação localizada de fertilizantes e de populações de milho, José P. Molin e seus colegas pesquisadores analisaram a viabilidade da agricultura de precisão na cultura do milho.

Os autores destacaram que a adoção das técnicas da agricultura de precisão permite a otimização de recursos disponíveis e fortalece os conceitos de agricultura sustentável. Isso se torna possível porque os agricultores passam a considerar a variabilidade espacial dos fatores de produção e aplicam apenas as quantidades necessárias em cada ponto.

Dessa forma, o avanço das tecnologias tem proporcionado a otimização das estratégias de manejo de potássio na cultura do milho e o fortalecimento dos conceitos da sustentabilidade. Entender as funções desse nutriente na milhocultura, além de estar atento a essas novas tecnologias e às fontes de nutrição adequadas, é a chave para o agricultor ter sucesso em sua lavoura!

Fonte: Agrolink

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