Comitê de Prevenção e Combate a Focos de Incêndio na Zona Rural é criado em Goiás
Com a participação de diferentes entidades ligadas ao setor agropecuário e outras áreas, o Comitê vai atuar em ações estratégicas para evitar a ocorrência de incêndios no campo e no combate queimadas no meio rural
Com o propósito de estabelecer estratégias de combate a incêndio, especialmente de prevenção, e somar forças para a realização de ações que possam mitigar impactos ambientais e danos socioeconômicos no Estado, as entidades que integram a Câmara Técnica O Agro é de Todos criaram o Comitê de Prevenção e Combate a Focos de Incêndio na Zona Rural em Goiás. A instalação do Comitê foi aprovada durante reunião realizada na última sexta-feira, (09/07), na sede da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), com a participação de representantes de mais de 40 instituições do setor agropecuário e área afins.
Por meio de um planejamento estratégico, o Comitê adotará ações em eixos como Comunicação, Prevenção, Monitoramento, Fiscalização e Combate. O foco é levar informações ao produtor rural e demais públicos por meio de canais de comunicação, promover mutirões como o Dia D do aceiro nos municípios goianos, realizar cursos e treinamentos para confecção de abafadores, assim como patrulhas em áreas de maior risco, entre outras ações.
Segundo o secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tiago Mendonça, a criação do Comitê representa um dia histórico no que diz respeito às ações de combate a incêndios e queimadas em Goiás, porque estabelece uma parceria importante de trabalho envolvendo diferentes entidades no Estado. “Essa articulação vem sendo feita há algum tempo e agora, com a união de forças, vamos conseguir discutir e colocar em prática ações de forma conjunta para minimizar os impactos desse problema de queimadas no campo, que tem afetado produtores rurais e toda a população goiana”, destacou.
O titular da Seapa informou que o Estado vem sofrendo, ano após ano, com incêndios em diferentes vias, como é o caso da zona rural. “Os anos de 2019 e 2020 foram extremamente complicados. E 2021 já está nos preocupando bastante, porque a situação tende a piorar com a baixa umidade e as altas temperaturas. É por isso que esse Comitê vai nos ajudar a discutir algumas ações que possam minimizar tudo isso. É o caso das faixas domínios de nossas rodovias. São ações que poderão ser adotadas para contribuir com o manejo das faixas, permitindo o combate fogo com fogo”, explicou.
O superintendente de Produção Rural Sustentável da Seapa, Donalvam Maia, acrescentou que as ações previstas no Comitê vão ajudar no combate a incêndios e queimadas a curto, médio e longo prazo. “Estamos no mês de julho e sabemos que é um período bastante crítico, que favorece a incidência de queimadas no campo. Apesar de a criação do Comitê ocorrer agora, já será possível realizar ações imediatas para amenizar o problema que atinge não só o nosso Estado, mas várias regiões do País nessa época do ano. É o caso dos mutirões de aceiros que já estão programados para este mês em seis municípios goianos. Outras ações só terão resultados efetivos nos próximos anos”, orientou.
O presidente do Sindicato da Indústria de Fabricação de Etanol do Estado de Goiás e do Sindicato da Indústria de Fabricação de Açúcar do Estado de Goiás (Sifaeg/Sifaçúcar) e representante da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), André Rocha, destacou que a conscientização da população é fundamental no que se refere à proteção ambiental. “A grande preocupação não é apenas a questão material, mesmo sabendo que às vezes os produtores perdem todo seu patrimônio. Mas, muitas vezes temos prejuízos maiores, como vidas humanas. Esse trabalho de comunicação e prevenção auxilia para evitar muitos incêndios.”
Parceria
O capitão Luís Antônio Dias Araújo, do Corpo de Bombeiros e componente da Sessão de Planejamento da Operação Cerrado Vivo 2021, participou da reunião e compartilhou dados de incêndios e queimadas no Estado. Segundo ele, apenas em 2021, já foram 2.608 atendimentos a incêndios em florestas em Goiás, número 14% maior que o registrado até esse período (janeiro e junho) em 2020. No ano passado, em todo o ano, foram registradas 10.311 ocorrências de incêndios florestais no Estado. “O nosso trabalho, na Operação Cerrado Vivo, inicia em janeiro e vai até dezembro. Do começo do ano até junho são ações mais preventivas junto ao produtor rural, entidades e demais públicos. De julho a dezembro, as ações são todas de combate a incêndio”, informou.
De acordo com o capitão Dias, são três situações que contribuem enormemente para a incidência de queimadas no Estado. “Seguimos o trinômio 30, 30 e 30. Se a temperatura estiver maior que 30 graus, a umidade do ar menor que 30 e a velocidade do vento for maior que 30 quilômetros por hora, o risco de incêndios é bem maior”. Na tentativa de buscar ações preventivas e de combate, por meio da Operação Cerrado Vivo, o capitão reforça que parcerias já são feitas entre entidades goianas para desenvolver um trabalho integrado e que, agora, o Comitê fortalecerá ainda mais a atuação na zona rural.
O superintendente do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar Goiás), Dirceu Borges, reforçou a importância do Comitê e a parceria que já existe na confecção de abafadores para produtores rurais. “Somos parceiros do Corpo de Bombeiros no treinamento para fabricação de abafadores. Sabemos a importância de somar forças para realizar cada vez mais ações”. Além disso, Dirceu ressaltou que hoje o produtor rural é o principal interessado em medidas que possam minimizar impactos ambientais no campo. “Somos os principais interessados em preservar áreas de reserva ambiental e em seguir rigorosamente as medidas de proteção, porque dependemos do campo para o desenvolvimento de nossas atividades. Uma vez queimada, a área vai precisar passar por um processo de plantio novamente. Por isso, nós apoiamos e somos parceiros na criação de estratégias para combater incêndios na zona rural”.
Fonte: Seapa Goiás