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Com autocuidado e gestão eficiente, mulheres lideram negócios de sucesso no agro

Estudo da Macfor revela que as mulheres já ocupam 34% das posições de liderança no agronegócio brasileiro, o que representa um salto de 79% nos últimos sete anos. Para Marisa Contreras, empresária do café à frente da Fazenda Capoeira Coffee, em Areado (MG), “a mulher traz um novo olhar para o campo e a vida, construindo oportunidades e negócios de sucesso com sensibilidade, gestão e eficiência”. A importância do equilíbrio entre mente e corpo também é destacada pela psicóloga Mônica Garcez, coordenadora de pessoas da Alltech Crop Science, empresa de nutrição de plantas com fábrica em Uberlândia (MG). “O autocuidado é um pilar essencial para o sucesso pessoal e profissional, já que as mulheres do agronegócio que cuidam de si mesmas com a mesma dedicação que têm à terra encontram forças para superar desafios e celebrar conquistas”, aponta.

Atuando em áreas distintas do agronegócio, Marisa e Mônica tiveram a oportunidade de compartilhar suas trajetórias no segmento em evento alusivo ao Dia Internacional da Mulher Rural, realizado nesta quarta-feira (15), com a presença de um grupo de produtoras de café ligadas à Coocafé, em Lajinha (MG). Marisa contou que, após uma carreira bem-sucedida como empresária do varejo farmacêutico, decidiu mudar de ramo e passou a ajudar o marido na fazenda que se tornou modelo de produção sustentável de cafés especiais. “Diziam para mim que era lugar de homem, mas eu respondia que é um espaço a ser ocupado por gente preparada, determinada, com garra e paixão, independentemente do gênero”, recorda.

“Eu nunca tinha vindo para a roça, aprendi tudo do zero. Quando percebi as dificuldades de estar nesse ambiente, decidi criar um movimento com as mulheres ao notar que muitas, ao herdarem uma propriedade, acabam vendendo por não conhecerem o negócio nem saberem fazer a gestão. Elas não eram protagonistas daquela história”, relata. Com o intuito de gerar oportunidades às mulheres do setor, Marisa criou o Encontro da Mulher do Café, que neste ano reuniu 2 mil produtoras rurais em sua fazenda. Posteriormente, em parceria com o grupo Três Corações, idealizou o projeto Florada Premiada, que premia e valoriza cafés produzidos por mulheres e divulga suas histórias aos consumidores. “Esses projetos já impactaram 5 mil mulheres em nove anos, incentivando o desenvolvimento de marcas fortes e a construção de valor em torno do grão de café”, revela.

Entre os desafios enfrentados pelas mulheres do agro, Marisa cita a disparidade de gênero e a necessidade de acesso a conhecimento e capacitação. Ela enfatiza a importância das redes de apoio para o desenvolvimento e fortalecimento das mulheres no setor. “Encontros e ferramentas de comunicação são fundamentais para que as mulheres se unam, compartilhem experiências e desenvolvam habilidades de negócio”, detalha. Segundo ela, os negócios geridos por mulheres se destacam pela organização, sensibilidade para a qualidade e melhor gestão de custos e pessoas. Além disso, salientou ainda que a mulher tem um papel fundamental na sucessão familiar, incentivando os filhos a voltarem para as propriedades e cuidarem dos negócios, gerando bons resultados.

Cuidado pessoal

Porém, segundo Mônica, todo esse potencial feminino no agronegócio está muito atrelado ao autocuidado. “A autoestima é a raiz da força interior, a raiz que se liga com o agro”, afirma a psicóloga, ponderando que “as mulheres precisam se enxergar além dos múltiplos papéis que desempenham na sociedade, reconhecendo quem são enquanto indivíduos”. Na visão dela, a sobrecarga é o maior desafio para as mulheres, que muitas vezes cuidam de tudo e de todos, exceto de si mesmas. “Como é que a minha planta vai crescer e dar fruto se a minha raiz está doente? É preciso cuidar das próprias raízes para que, depois, essa planta possa florescer”, metaforiza. 

“O setor do agronegócio tem lidado com questões climáticas e financeiras significativas, que acabam influenciando a tomada de decisões e podem reduzir a disposição para realizar novos plantios e investimentos. Mas a mulher precisa aprender a lidar com as frustrações, através de valores como disciplina, paciência e descanso, ao invés de se culpar”, comenta. Nesse contexto, a especialista em gestão de pessoas ressalta a importância da atenção à saúde mental para se tornar um ser humano mais completo e feliz. A coordenadora de pessoas da Alltech Crop Science chama a atenção para os sintomas de alerta, como ansiedade, exaustão e irritabilidade, e a necessidade de buscar ajuda quando necessário.

De acordo com a psicóloga, ao priorizar o autocuidado, a empreendedora rural perceberá ganhos significativos, como a saúde mental, a autoestima, o senso de valorização e o empoderamento, que resultarão em redução do estresse e melhoria da performance. “Ser empoderada é não ter medo de nada, reconhecer suas fragilidades e aprender a lidar com elas para seguir em frente sem desistir”, define. 

Mônica, que foi mãe com apenas 19 anos de idade, depois cursou uma universidade e hoje ocupa uma posição de liderança em uma multinacional do agro, onde trabalha há nove anos, acredita que conhecer a história de mulheres de sucesso no setor cria um processo de identificação e inspiração para as produtoras rurais. “É extremamente importante que as empresas do agro criem estratégias voltadas às mulheres. Igualdade de gênero e valorização das habilidades são cruciais para incentivar a participação feminina na agroindústria, tanto em cargos executivos como no campo”, conclui.

Fonte: Imprensa Alltech Crop Science

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