Levantamento da FF Seguros revela ainda que as colheitadeiras responderam por 34,3% dos casos de sinistros de máquinas e implementos, seguidas pelos tratores, com 27,5% do total analisado
O uso de máquinas agrícolas é fundamental para a realização de plantios, operações de pulverização e fertilização e para a colheita de lavouras. Por isso, imprevistos que prejudiquem o funcionamento das máquinas podem ter um severo impacto na qualidade das operações e no planejamento de safra.
Entre os meses de janeiro e fevereiro, por exemplo, a quebra de uma colheitadeira ou trator pode atrasar a colheita da soja e deixar os grãos à mercê do clima por mais tempo no campo, prejudicando a qualidade desses produtos. “A interrupção dos trabalhos de campo por causa de uma quebra de máquina pode gerar mais perdas financeiras do que o prejuízo com o conserto do equipamento”, opina Guilherme Frezzarin, superintendente de agronegócio da seguradora FF Seguros.
A intensificação de uso do maquinário durante a colheita da safrinha de milho, em meados de junho a agosto, também eleva os riscos de acidentes. Dessa forma, os agricultores precisam prevenir esses problemas com boas práticas de manutenção do maquinário, prezando pela boa lubrificação e substituição dos componentes desgastados, além de investir em um seguro para minimizar prejuízos financeiros quando houver acidentes ou colisões.
De acordo com uma amostragem de 1.000 sinistros registrados no período entre 2019 e 2022, a FF Seguros mapeou os principais riscos que causaram a interrupção dos trabalhos de campo com máquinas e implementos, provocando a perda total do equipamento segurado ou gerando a necessidade de indenização ao produtor pelos reparos realizados.
As apólices da FF Seguros asseguravam diversas máquinas e implementos, como plantadeiras, tratores, pulverizadores, colheitadeiras, pivôs e bombas de irrigação, motoniveladoras, vagões forrageiros, retroescavadeiras, escarificadores, entre outros. “Já tivemos um sinistro acionado porque o sistema de uma colheitadeira foi muito danificado pela entrada de uma pedra com cerca de 20 centímetros. Nesse caso, o produtor recebeu uma indenização de R$ 150 mil”, exemplifica Frezzarin.
Colheitadeiras
De acordo com o ranking da FF Seguros, as colheitadeiras foram as máquinas que mais sofreram acidentes ou colisões, representando 34,3% das ocorrências analisadas no levantamento. “Em sua maioria, os sinistros ocorrem devido aos acidentes por variados motivos, como batidas e a entrada de pedras e pedaços de madeira na plataforma da colheitadeira que acabam danificando componentes”, diz o superintendente da FF Seguros.
Após colisões ou acidentes, que foram a causa de 29% dos casos de colheitadeiras sinistradas, os incêndios foram o segundo maior fator de risco, com 9,7% do total de sinistros de colheitadeiras. A origem do incêndio é variada, podendo ser desde um curto-circuito no painel de controle até uma batida em um poste da rede elétrica ou qualquer contato com fios de alta tensão. “Outro problema é que, em épocas de seca, as condições climáticas podem provocar incêndios espontâneos. A palha da soja muito seca pega fogo rápido, por exemplo. Então, de repente, uma faísca ocasiona um incêndio que se alastra rapidamente pela fazenda, atingindo máquinas e até galpões”, diz Frezzarin.
Tratores
Os tratores ocuparam o segundo lugar no ranking de máquinas agrícolas sinistradas, com 27,5% do total registrado pela FF Seguros. A causa predominante foi representada por acidentes ou colisões, com 54% do total de sinistros de tratores da amostragem analisada. “Os tratores são fundamentais para rebocar e transportar cargas e implementos. É a máquina mais versátil, estando sempre presente nas operações agrícolas em vários momentos durante a safra. Justamente por essa razão, por ser a máquina mais utilizada no campo, o trator fica mais exposto às ocorrências de acidentes e recomendamos que seja protegido por seguro”, comenta Frezzarin. Segundo o superintendente, plataformas de corte, que representaram 10,8% do total de sinistros, e pulverizadores, com 9,5%, também costumam ser bens que demandam a proteção dos seguros.
Máquinas protegidas
Os interessados em mitigar os riscos de acidentes das máquinas agrícolas e equipamentos podem contratar seguro patrimonial rural ou seguro de penhor rural. A modalidade patrimonial rural oferece coberturas básicas contra acidentes, roubo e furto mediante arrombamento. O produtor pode optar por contratar coberturas adicionais contra furto simples, danos elétricos, quebra de vidros, incêndio, raio e explosão, entre outras opções. A apólice pode até mesmo cobrir os prejuízos financeiros em decorrência da interrupção das atividades agropecuárias, mediante inclusão da cobertura adicional de lucros cessantes.
O seguro de penhor rural traz as mesmas opções de coberturas e vantagens para proteger o maquinário. Porém, pode ser contratado somente nos casos em que as máquinas e equipamentos foram adquiridos por meio de financiamento. Isso ocorre porque o seguro de penhor rural visa proteger bens dados em garantia às instituições financeiras e terá o nome do banco credor como beneficiário na apólice.
Em ambas as modalidades de seguros, a apólice pode assegurar tratores, pulverizadores, colheitadeiras, implementos agrícolas, equipamentos estacionários e equipamentos portáteis. Além disso, é possível negociar a contratação de seguro para uma ou mais máquinas, com condições especiais, flexibilidade de cláusula de rateio (percentual do valor do bem assegurado) e diferentes opções de prazos de vigência da apólice.
Em caso de sinistro, os clientes da FF Seguros acionam a seguradora e, em até 48 horas, são contatados por um perito encarregado de avaliar o estado geral da máquina e constatar os danos. Independentemente do tipo de seguro contratado, é importante que o produtor não realize reparos por conta própria antes da perícia ou autorização da seguradora para respeitar as condições estipuladas em contrato.
A FF Seguros vem investindo continuamente no desenvolvimento dos seguros patrimonial rural e de penhor rural. Além de proteger máquinas agrícolas e equipamentos, esses ramos permitem assegurar benfeitorias e mercadorias, com a estruturação da apólice de acordo com a atividade desenvolvida pelo produtor rural.
De acordo com Diego Caputo, gerente comercial de agronegócio da FF Seguros, a seguradora emitiu cerca de R$ 21 milhões em prêmios de seguros patrimonial rural e de penhor rural em 2021 e, já no ano seguinte, a atuação nesses ramos saltou para R$ 84 milhões em prêmios. “O nosso objetivo é seguir crescendo em 2023 e ultrapassar a marca de R$ 100 milhões em prêmios”, revela Caputo.
Fonte: Darlene Santiago